domingo, 25 de julho de 2010

Maratona Parte III - Saí no vídeo da Asics

Amigos!

Depois de tudo que relatei aqui, ainda tive a surpresa de me ver no vídeo da Asics que captou o momento da minha chegada. Está no Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=RDD-kS1S0As&feature=player_embedded



Abraços!

Bira

http://www.youtube.com/watch?v=RDD-kS1S0As&feature=player_embedded

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Maratona Parte II: O Meu Presente de Aniversário

Amigos!

Meu presente de aniversário chegou três dias antes. Não era livro, camisa, sapato nem carro. Não era tangível. Não tinha cheiro, nem cor ou sabor. Difícil descrever um presente sem forma, mas que fluindo da alma se transforma em lágrimas da mais pura alegria. A emoção que senti ao entrar no corredor de chegada, após percorrer 42 km na Maratona do Rio foi o meu presente.

A PROVA


A prova mais esperada do ano teve sua largada no dia 18 de julho de 2010. Um domingo de chuva intermitente e vento contínuo. Eram 7:30h da manhã no Pontal do Recreio. Para estar ali, aqueles 4.000 corredores acordaram no meio da madrugada – alguns mais ansiosos, como eu, nem dormiram direito. Antes do galo cantar, já haviam tomado banho e café. Já haviam vestido a roupa de corrida, fixado o chip no cadarço e o número na camiseta, encaixado o boné na cabeça e o relógio no pulso. Quando penduraram no ombro seu saco de treino, os objetos ali contidos chacoalharam. Para quem tá de fora, os sacos de treino dos atletas são versões light das bolsas de mulheres. Eles podem conter papel higiênico, gel de carboidrato, alfinetes, toalha, camiseta 2, vaselina, esparadrapo ou band-aid, sachê de sal, MP3 player, desodorante, etc... Se for atleta mulher, fica difícil especular seu conteúdo. Meu saco de treino é basicão. Pu-lo nas costas e quando saí de casa o sol sequer ameaçava nascer.

Pouco antes das seis, eu já estava na Kombi cheia de atletas, que saiu do Shopping Carioca rumo ao Recreio. Logo, a luz do dia acendeu o céu, que revelou carregadas nuvens ameaçando desabar seu pranto sobre a Linha Amarela. Na Av. das Américas, no entanto, percebemos que o tempo estava se abrindo, mas minutos antes da largada, no Recreio, prevaleceu o vento frio e algum chuvisco.


Nos primeiros 26km de prova consegui acompanhar o tempo impresso em minha pulseira de ritmo, que me levaria a concluir a prova em 3h 19min. Até ali, já havia deixado para trás a Praia da Reserva, a Barra da Tijuca e chegado a São Conrado. Estava feliz, correndo em um ritmo que não me parecia forte. Foi quando surgiu uma dor aguda na altura do estômago me obrigando a reduzir o ritmo das passadas. Lamentei, mas não parei de correr. Na medida que a dor diminuía ou aumentava, eu fazia o inverso com a velocidade. Convivi com este incômodo na subida e descida da Niemayer, Leblon, Ipanema e Copacabana. O chato foi perceber que tinha pernas para acelerar, mas se o fizesse eu quebraria devido à dor. Neste trajeto, muita gente me passou e eu tive de me conformar.


Na altura do quilômetro 38 percebi que a dor se dissipara. Já estava deixando Copacabana, rumo à Botafogo, e pude acelerar. Rasguei a pulseira de ritmo, que não servia para mais nada, já que eu perdera com a desaceleração uns 14 minutos. Desta vez eram os pés que doíam, parecendo que os tênis fossem menores em um número – mas saibam que eles são um número maior, para dar mais conforto. Sem dor no abdômen, no entanto, nada iria me deter naqueles últimos quilômetros. As pernas me pediram para parar e eu disse não. Faltava pouco. Segui eufórico pela pista curva que acompanha a praia de Botafogo, estava realmente chegando! Familiarizei-me com aquela paisagem onde treinei várias vezes e participei de tantas corridas mais curtas. Lá estava o Pão de Açúcar, que rouba a cenas nas fotos dos atletas, atrás do espelho d’água, onde deslizam os veleiros da enseada.

Mais uma curva e surgiu a placa de 41 km. Um corredor de vermelho acelerou e me passou. Eu estava exaurido, mas o usei como estímulo para tentar manter boas passadas. Aproximei-me do cara e falei: “Vamos juntos até a chegada!” O final da última curva revelou o corredor de chegada. A larga pista do Aterro estava margeada pelas tendas das assessorias esportivas, academias e anunciantes de um lado. Do outro, uma arquibancada. Módulos de aço se encaixavam formando uma longa cerca de proteção, atrás da qual várias pessoas aguardavam com ansiedade a chegada dos seus corredores (filhos, maridos, esposas, amigos, etc...). No final, o pórtico de chegada era uma das imagens mais lindas que eu já vi. Comparável a um oásis incrustado na aridez.

Quanto mais me aproximava da chegada, menos cansaço sentia. Milagrosamente os pés e pernas pararam de doer e eu comecei a correr mais forte. Esqueci completamente do corredor de vermelho, deixado para trás, e senti uma alegria indescritível. Sinceramente lutei para não chorar. Desabafei com brados de euforia. Enquanto corria, agora desembestado, exclamava: “Isso é muito bom, porra!”, para delírio da platéia. Fiz aviãozinho, dei saltos sem nexo e deixei mais uns três para traz nos últimos metros. Num lapso de consciência me auto-repreendi, pensando: “Que mico!... Você tá querendo aparecer?” Noutro lapso de liberdade respondi a mim mesmo: “Nada disso, eu tenho direito de desabafar!” Então desliguei o cérebro e fui conduzido pela emoção. Completei a maratona, incorporado na pele do homem mais feliz do mundo.






Abraços,
Bira.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

A Maratona é Como a Vida

(...) Sim! Nós maratonistas somos privilegiados pois colhemos ao longo de 42km de estrada os frutos do que plantamos no asfalto e que regamos com o próprio suor, dia a dia, treino a treino (...)



A Maratona é Como a Vida

Amigos!

A maratona é como a vida: Nos primeiros quilômetros, ainda no Recreio dos Bandeirantes, enquanto à nossa direita víamos violentas ondas se erguerem do mar, transformando aquele azul eterno na branca espuma que logo morre na areia, do outro lado da estrada, onde corríamos, havia um o mato verde, calmo e fecundo, sob o manto do orvalho, num dos trechos esportivos mais belos do mundo. Recebíamos contra o peito fortes lufadas de vento e, mesmo neste momento supremo, eu consegui me preocupar... Tentei vislumbrar além da estrada o meu destino - O Aterro do Flamengo - e pensei: "É longe demais!... Não dá pra ver ou calcular, atrás de qual montanha distante e esbranquiçada está a linha de chegada..."

Tal qual ocorre na vida, não daria para assegurar o resultado. Era preciso, simplesmente, viver cada passada. E assim perceber que aquele vento frio, matinal de inverno à beira-mar não era o bastante para nos congelar, apenas refrigerava. Nosso sangue estava quente e expelia o calor e energia, e expulsava o suor. Se por um lado perdíamos sais minerais, por outro, nos desfazíamos de toxinas. Poderíamos recuperar os sais no próximo posto de hidratação, sorvendo um isotônico, mas as toxinas, que ficassem pelo caminho - pisoteadas no asfalto como copinhos de água mineral.

Sim! Nós maratonistas somos privilegiados pois colhemos ao longo de 42km de estrada os frutos do que plantamos no asfalto e que regamos com o próprio suor, dia a dia, treino a treino. Ao fim da maratona, passadas 2h50min, ou 3h25min, ou 4h20min... não importa o tempo de cada um, cruzamos a linha de chegada para descobrir que a felicidade sempre esteve ao nosso lado, pelo caminho. Ela esteve no olhar de um amigo - feito ali mesmo naquele trajeto - ou no sentir o vento, ou no pisar no asfalto, ou no ouvir o barulho do mar, ou...


A maratona é como a vida: Longa e desgastante para quem não percebe a brevidade da onda, que se desfaz na espuma, que se chama felicidade, que morre e renasce a todo instante.#




(Publicado em 21/07/10)

Abraço!
Bira

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Último Treinão: Bosque da Barra

Amigos!

Tenho muito a dizer do último treinão de sábado, 10 de julho, no Bosque da Barra. Mas faz de contas que estejamos treinando muito forte, neste momento, e de tão ofegante eu não consiga falar direito. Faz de contas que estejamos lá, no Bosque da Barra que tem 3km de terra batida em seu entorno e, de tão concentrados em nosso desempenho, sequer adentramos pelos caminhos entre lagos e flores. Então vou deixar para as imagens seguintes o papel de revelar esse treino - o último, antes da Maratona de domingo próximo:

Antes do treino: Ozéias, Murilo, Adriano, Carlos, Giumara, Sandro, Hélio, Bira e Oliveira

Depois do treino: Promotoras da Coca-Cola distribuíram isotônico para a galera.



Por fim: Mico observa a evolução da espécie.


Abraços!

Bira

domingo, 4 de julho de 2010

Treino na Lagoa

Amigos;

Na hora do click guardas cruzam a frente dos corredores: Sorrisos.

Na ensolarada manhã de sábado, 02/07/2010, fiz mais um treinão com a galera, desta vez na Lagoa Rodrigo de Freitas. Dei apenas duas voltas, para não forçar muito: 15km. As fotos abaixo foram tiradas antes e depois do treino:

Carlos, Sandro, Ozeias, Alê, Adriano, Bira e Oliveira - antes do treino.

Galera pousa de novo no pós treino.

O sol era benvindo naquela manhã de inverno na pista de pedrestre que circunda a Lagoa. Ele fez descer dos prédios os carrinhos de bebês, os skates das crianças, os óculos e bonés dos casais de idosos. Todos caminhavam ou corriam na Lagoa, enquanto o sol dissipava a neblina matinal, dando cor à paisagem carioca.

Aos poucos, as gotículas que sumiam doa ar, pareciam se fundir sobre a pele dos corredores. Os suores quem brotam dos poros são, também, gotas de esperança aos que têm a idade anvançada ou saúde debilitada - tomando sol como quem toma remédio.








Semana que vem, marcamos o último treinão pré-maratona para o Bosque da Barra.

Abraços!

Bira

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Tá Chegando O Grande Dia!

Amigos!

No próximo dia 18, oito horas da manhã, estarei largando entre os milhares de corredores da Maratona do Rio, lá no Recreio, rumo ao Aterro do Flamengo. Muitos de vocês me acompanharam e me incentivaram, durante três anos, a continuar treinando. Recebi toda recompensa que o esporte oferece a quem perdura: saúde, alegria, auto-estima elevada, juventude e etc.

Em julho de 2007 eu não podia imaginar que ainda fosse correr uma maratona. naqueles primeiros dias de treinamento. Os joelhos doeram de tal forma que nem consegui andar direito depois que corria. Precisei fazer reforço muscular, tive de treinar um bom tempo na grama, até que a musculatura se acostumasse ao novo estilo de vida, mas valeu. Três anos depois estou pronto para encarar os 42km mais belos do mundo, na orla carioca.

Chegada do longão de 29km, na Rio Terezópolis: de Guapimirim a Magé - Sábado 26/06/2010.
Em pé: Sandro, Giumara, Carlos, Ozéias, Adriano e Bira. Agachados: Jorge e Oliveira.

MEUS TREINOS


Comecei a treinar visando a maratona em dezembro, mas isso só intensificou no final de abril, quando Paulo, professor de educação física me orientou a correr 6 vezes na semana, presenteando-me com uma planilha. Depois perdi contato com o mestre, mas adaptei sua planilha nos dias subsequentes. Resultado: de 26 de abril a 29 de junho percorri 651km e acabei com dois tênis.

NÚMEROS (de 26/06 a 29/07)

DIAS CORRIDOS: 65
TREINOS: 46
KILOMETROS PERCORRIDOS: 651
MÉDIA POR TEINO: 14km





Antes da largada do treinão, em Guapimirim: Sol da manhã, clima ameno e uma visão inspiradora da serra
.



Entre todos os treinos, são os longões me transmitem segurança para uma boa maratona. Comecei fazendo longos solitários de Irajá ao Centro (21 km) todo sábado. Num deles, estendi o percurso até Copacabana (31 km) e cheguei no bagaço, com 2h47' e pés que não cabiam dentro do tênis. Caminhei descalço na areia, fazendo uma massagem natural, enquanto as águas do mar banhavam pés e panturrilhas. Eu sabia que precisava melhorar muito, mas já conseguira fazer em dezembro um longo percurso.


Repeti outras três vezes este percurso. Na última (19/06/10) meu tempo caiu para 2h31' e eu me senti muito melhor, na chegada. Credito esta melhora às orientações do professor Paulo: correr mais kilometros e mais dias e correr na grama, foi fundamental.

Dentro do possível, fiz alguns treinos com amigos corredores (como no longão das fotos). Mas nossos horários não se encaixam sempre. Esses loucos me levaram para um longão na Cidade Universitária - Ilha e para subir o Sumaré, até perto do Cristo Redentor. Acho até que eles pensaram que eu tivesse corrido da raia, depois do treino do Sumaré, mas eu continuava treinando em outros horários e reapareci neste Guapi/Magé.

Parece que amanhã tem longão na Lagoa, se a turma confirmar pretendo dar três voltas (21km). Tá chegando a fase de polimento, na semana que vem, onde a gente evita treinos longos demais, para chegar com todo gás no dia da prova.

Quanto à minha expectativa, vou ficar muito feliz em completar a maratona com um tempo abaixo de 3h20'... Será que vai dar?

Abraços!

Bira