Devo confessar; no ano de 1985 tive um caso cujo cupido foi o jornalista José Inácio Werneck, na época, colunista do Jornal do Brasil. Werneck esteve no grupo que promoveu e organizou as primeiras Maratonas do Rio, nos anos 80. No JB, escreveu sobre a corrida, fazendo meus olhos – que ainda liam sem auxílio das lentes – brilharem de encanto. Foi assim que decidi, sem qualquer treino preliminar, me inscrever na maratona. Com 26 anos de idade, não tive dúvidas de que completaria o percurso, mesmo que levasse 6 horas pra isso! Levei 5h e 28m! Na prova, trotava e andava alternadamente, mas quando a concluí já estava “fisgado” pela paixão da corrida. Foi a primeira vez que disparei quando avistei a chegada, entregando-me à emoção, essa usina de energia.
Já era 10 da noite no Leme e a vibração da minha chegada contrastava com o pífio tempo do relógio, chamando atenção de todos: Felicidade contagia!
Saí dali disposto a melhorar aquel pífio tempo, mas pouco consegui. Fiz 4h 35min na Maratona do ano seguinte (Rio 86) e algo próximo na Maratona de São Paulo 87. Para melhorar de verdade, faltou muitas coisas, sobretudo informação e dedicação. Sobraram as terríveis cólicas renais, causadas por cálculos. Além das contusões nos joelhos, toda vez que eu começava a querer entrar em forma. Até que desisti da corrida, como quem termina com a namorada.
Em 86, corri conduzindo a imagem de São Judas Tadeu. Promessa para cura dos cálculos renais.
Duas décadas depois (jan/2008), reencontrei a velha namorada - a Corrida. Era manhã de domingo no Leblon e eu já tinha 48 anos, quando larguei na Leblon-Leme. Fiquei tímido para puxar assunto... Ela, Corrida, continuava jovem e mais linda do que nunca. Minha juventude, no entanto, se resumia à atitude de estar ali. Fiquei surpreso quando me vi em seus braços. Tomei banhos de suor e auto-estima.
De lá pra cá já são mais de três anos registrados neste blog.
Abraços!
Bira.
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