sexta-feira, 1 de julho de 2011

Domingo Inesquecível

Amigos!

 A uma hora da largada, luzes acesas e frio no Recreio: restinho de noite.

Não sei se o frio que chegava às seis da manhã na Av. Sernambetiba vinha do mar ou da relva, só sei que não tive coragem tirar a camisa de mangas compridas. Quem fez isso, teve de encolher os ombros e cruzar os braços, para não deixar a friagem bater no peito. Ainda sobrava um resto de noite escurecendo o céu do Recreio, mas o dia logo clarearia revelando os corredores que chegavam de todas as direções. Para não incomodar a luxuosa vizinhança, os alto-falantes permaneceram desligados até pouco antes da largada, às sete horas.

 Um banho de luz dourada na fria manhã de domingo - São os primeiros raios de sol transformando...

 ...a matriz da natureza e avermelhando a pele de quem corre.

No “estouro da boiada” foi difícil correr sem tropeçar entre os 4.000 atletas. Imaginei como seria ver a largada de uma das coberturas de frente para o mar, quando na primeira curva do percurso, um curioso sol pareceu saltar detrás dos belos prédios para nos ver. Seu brilho embaçado nos banhou a partir daí, avermelhando nossas peles quando vistas através das lentes fotográficas.

O nível dos corredores na prova estava bem mais elevado que o habitual; comparável à Pampulha.

Levei uns 3km para retirar a camisa de mangas, enrolando-a na mão. Naquele momento meu pace era de 4'30'' por minuto. Escaldado pelas últimas quebras, mantive esse ritmo e pude observar as ondas geladas e belas que banhavam as areias frias na Praia da Reserva. Cruzei a placa de 10K com 44 minutos e achei que poderia concluir a prova com 1h 32' pois estava bem. Mas não era só eu, todos pareciam estar bem – o nível dos participantes era bom e o clima ajudava.

No elevado e no túnel: momentos de queda em virtude da dor de lado, seguido de...

 ... recuperação: um susto que deve ter prejudicado meu tempo final em pelo menos dois minutos.

Quando cheguei na Praia do Pepê, deixei para trás um grupo que corria para 1h 34' e subi o elevado, em direção a São Conrado, nos últimos kilometros da prova. O susto ocorreu na saída do túnel, km18, em forma de uma dor de lado, pensei: “Não é possível, vou quebrar de novo?!” E corri mais lento, rezando pela recuperação que veio no kilometro seguinte. Voltei a acelerar e quando deparei com a descida (km20) sentei o pé. Reuni todas as forças para manter o pique na chegada a São Conrado. Às 8:30h o sol já não era tão tímido nem a água do mar parecia tão fria. As montanhas não estavam tão longe nem os alto-falantes da chegada tão baixos quanto os da largada. Nenhum corredor sentia frio e a alegria suplantava o cansaço e a dor. No corredor de chegada os braços se abriam com vontade de abraçar o mundo! E a bela medalha dourada repousou onde bate o coração.

Sentando o prego para recuperar tempo perdido em São Conrado...

 ... apesar de tudo o tempo foi bom: 1h 33' 44", 18º na faixa etária, podendo melhorar.

Depois vieram mais fotos, encontros, sorrisos, um ou outro lamento, abraços, beijos, piadas, histórias, momentos. Foi mais um domingo inesquecível no mundo da corrida.

 Na hora do click, encontro com o amigo Hélio (aCoruja) que veio logo atrás.



Em tempo: completei a prova em 1h 33' 44", apesar da dor de lado e das quebras nas provas deste ano.

Abraços!

Bira

Um comentário:

  1. É meu amigo poeta, realmente esta prova foi inesquecível e espero que ela se mantenha no nosso calendário foi showwww essa prova, ainda bem que mesmo vc sentindo dor vc conseguiu se superar e terminar essa bela corrida...Parabéns meu amigo e agora vamos pensar na Maratona do Rio pois ela está chegando...

    Bons treinos,

    Jorge Cerqueira
    www.jmaratona.com

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