terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Um iPhone na Mão e Beta-endorfina na Cabeça

Amigos!


Quando há meio século o cineastra Glauber Rocha proferiu a eterna frase "Uma câmera na mão, uma ideia na cabeça" não existia iPhone. Corredores de rua eram estudantes "comunistas" que fugiam de porrada do governo militar. De lá pra cá, tudo mudou. Se as câmeras de hoje cabem na palma da mão, o povo não corre da porrada repressiva. Ele se veste em cores e vai para a pista, correr por esporte e fotografar.

Alguém aí pode dizer que "o povão não tem dinheiro para pagar inscrição de corrida...", não é esse o caso da Corrida do Carteiro - bastou levar três latas de leite em pó destinado à doação para disputar os troféus. Tinha até premiação em dinheiro aos primeiros da faixa etária.

Mais de 500 corredores participaram da festa com percurso alternativo - 10 km pelo Centro da Cidade. Gente como Chico Águia (71), conhecido corredor descalço e o não menos famoso Jorge Cerqueira - o Ultramaratonista. Jorge saiu voado, após a prova, para encarar mais 30 quilômetros de asfalto até sua casa - o que rendeu um vídeo extra nesta postagem.

NOTA: Beta-endorfina: "Após 30 minutos de atividade física, o organismo começa a liberar este hormônio que tem a função de adaptar o corpo ao esforço submetido, causando a sensação de bem-estar e elevando a frequência cardíaca da zona de treino aeróbio." - fonte: Wikipédia.

Bate-papo na Corrida

Depois de brincar com corredores na fila do banheiro larguei na prova buscando gente disposta a dar entrevistas enquanto corriam. Definitivamente sou um homem de sorte: Encontrei o Eduardo, o "Homem Aranha" e a Lindaura - gente bonita e alegre. Em diálogos rápidos como quem corre, falamos de superação, bom-humor e alegria. Quando percorremos um trecho da Av. Marquês de Sapucaí o assunto foi carnaval e o personagem Eduardo. Entre as arquibancadas, fui surpreendido ao ouvir seu canto e não perdi a chance de conversar com um carioca emblemático, daqueles que interrompem as passadas para sambar de alegria. Fui com ele até a linha de chegada. Trocamos idéias que não caberiam no vídeo onde está sua chegada. O Personagem da Corrida cruzou o pórtico entoando o samba "Sublime Pergaminho" - Unidos de Lucas, 1968.

iPhone na mão, endorfina na cabeça e alegria na pista: Assim foi a Corrida do Carteiro!




Acima o vídeo da corrida e abaixo o vídeo extra com Jorge Ultramaratonista.



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Abraços!
Bira 

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Nossos Maravilhosos Últimos Colocados

(...) O que a gente vai mostrar agora é a turma lá de trás. Aqueles que correm solitários na "rabeira", como um deles mesmo descreveu. Onde a última garrafa d'água já secou e não sobrou ninguém para observá-los (...)


Montagem com recortes das imagens da Corrida de São Sebastião.

Nossos Maravilhosos Últimos Colocados

Amigos!

Sem essa de filmar corredor de elite... De elogiar os quenianos mas depois dizer que eles corriam de leão, quando crianças. Sem essa mostrar os campeões no pódio! O que a gente vai mostrar agora é a turma lá de trás. Aqueles que correm solitários na "rabeira", como um deles mesmo descreveu. Onde a última garrafa d'água já secou e não sobrou ninguém para observá-los.

Enquanto toda imprensa entrevista e fotografa os heróis do pódio, BiraNaNet joga seu foco para onde ninguém se lembrou de olhar: Os Nossos Maravilhosos Últimos Colocados!

Veja no vídeo abaixo as amigas Felizmina e Tereza que quase perderam a chance de correr ao largarem 11 min depois. Ainda nos metros iniciais, a primeira relatou que estava ali para reforçar seu propósito de emagrecer. No km2, Fabi monstra que está grávida de quatro meses e, toda boba, revela que vai saber o sexo do neném no dia seguinte. Quando eu me aproximei de outra corredora no km3, ela rechaçou a ideia de que estaria entre as últimas: "Olha quanta gente vem aí atrás!..." Duas moças da Equipe Runners corriam tranquilas no km5, sem pressa e "curtindo o visual" e o Dagoberto, no km6, criticou os "apressadinhos" e defendeu as tartarugas que vão devagar mas sempre chegam.

Na Enseada de Botafogo, Érica tomava conta da placa dos 8km. Perguntei se tinha vontade de correr e ela respondeu: "Tenho e não tenho..." - para entender, só vendo o vídeo. Nessa hora A.C. se aproximava e não  gostou quando eu lhe disse que estava entre os últimos. Usou a estratégia de me jogar no bolo e dizer que eu também era último... Tudo bem, dei o iPhone para ele e deixei que me entrevistasse - não seja por isso!...

Próximo à linha de chegada, esperei bastante pelo legítimo último colocado. Com duas horas de corrida, surgiu um casal á frente de meia dúzia de batedores motorizados e uma ambulância. Entrevistei Patrício e Leila que caminharam nos 10km do percurso. Então as buzinas e sirenes começaram a soar. O público se aproximou para aplaudir. O incentivo fez o casal ensaiar seu primeiro trote a poucos metros do pórtico. Titubearam um pouco, mas concluíram trotando para depois trocarem um beijo!



Enquanto a imprensa se preocupava com quenianos "que correm de leões", BiraNaNet seguia gente, como o Dagoberto, amante das tartarugas e um casal amante, que transformou a Corrida de São Sebastião numa peça de teatro, ao cruzarem a linha de chegada e unirem seus lábios enquanto as cortinas se fecham.

Abraços!
Bira  


sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

O Último Treino de Adriano

O Último Treino de Adriano


Amigos!

A foto grande foi clicada por Adriano, na largada de seu último treinão, por isso ele não aparece. A foto pequena foi tirada no alto das Torres do Mendanha, quando Adriano já estava retornando e também não figurou... Acima, o print de seu comentário na internet lamentando não ter aparecido nas fotos.


No último treino de Adriano Molinaro ele não saiu nas "fotos oficiais" e ficou triste (veja o seu comentário acima). Nem ele, nem nós poderíamos supor que o seu click registrava uma sorridente despedida... A única forma de se despedir sorrindo de quem se ama é não ter consciência do fato.

Quero enviar para Adriano o meu sorriso de braços abertos e erguidos -
como se vê na foto.
Embelezar seu novo caminho com as cores da foto
E revelar a história viva que jaz atrás do brilho de cada olhar.
Agora é Adriano que jaz-vivo em nossa história,
É ele que sem palavras ou gestos se apresentará -
Um ser intangível como o amor que nunca jaz.

Alguns corredores posam com Adriano (agachado, de azul) antes do seu último treinão: "Maravilhoso" - comentou.


Adiano, você fará muita falta entre nós que compomos seu grupo de corrida. Será sempre lembrado por todos que estarão ainda mais unidos, porque agora sabem o quanto cada um representa depois de sua partida. Sempre que um longão começar, lembraremos que você - impaciente - que sempre saía na frente... Agora você partiu, precocemente, para mais um longão - o mesmo longão que todos faremos um dia... Então nossa Equipe estará de novo completa: Um longão entre as estrelas e nos mais belos caminhos que sequer supomos percorrer!...

Ubiracy Rezende, OzeiasMuriloSandroAlessandroCarlosDiegoFelipe, Jorge Ultra, SérgioGilmara, Amigos da Montevèrgine, Amigos da sua Academia e tantos mais. Os que eu ouso citar sem pedir licença e os que eu imperdoavelmente esqueci de citar, mas que poderão fazê-lo adiante... Amigos!


Confira o post do treino Torres do Mendanha: CLICANDO AQUI


Abraço!
Bira.



quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Quatro Mulheres Curtas

Reuni nesta postagem 4 crônicas curtas escritas em outubro e novembro de 2011. Elas descrevem mulheres fictícias, ou nem tanto...

Colagem com recorte de imagens da internet e as pinceladas de Van Gogh - o gênio morreu sem conhecer o sucesso: foi sustentado pelo irmão - aqui referido na crônica III.


Quatro Mulheres Curtas

Amigos;

I - Ana Sentiu Saudade

Naquela manhã, Ana acordou, mas permaneceu uma hora deitada sob impacto do sonho confuso que tivera...

No sonho, duas espirradeiras carregadas de flores rosadas emolduravam a varanda da casa onde nasceu e viveu durante a infância. Parecia um cenário de filme romântico. Seus pais formavam um jovem casal que, na namoradeira, trocavam carícias e planejavam o futuro. Ela, uma criança que no jardim preparava comidinha para suas bonecas. Pedaços do sol vazavam entre as folhas de um cajueiro e dançavam pelo chão. O chão da terra batida, da folha seca, da dormideira e do gongolô. O chão desprovido asfalto ou cimento, onde zunia o peão e as gudes se chocavam. Onde flores suicidas se atiravam, só porque não foram presas entre os cabelos negros de sua mãe.

Eis que também despencou uma chuva violenta e impossível, destruindo o belo cenário e arrastando essa mãe. No repente, amendoeiras sombrias tomaram a vez do jardim e o sol amedrontado se escondeu atrás da última montanha. Ana ainda tentou recolher as bonecas e procurar um abrigo, mas elas se transformaram em pombos mortos. O susto fez Ana apunhalar o ar com um grito agudo e de eco infinito, até que seu pai a acudiu:

– Calma filha... Vamos sair daqui!

Quando Ana olhou para o pai ele já não era mais o jovem que namorava minutos atrás. Aparentava ter 50 anos. Percebeu que ela própria não era mais criança – tinha, corpo, voz e consciência de adulta. Percebeu que a tempestade sumiu e tudo mais desapareceu, restando apenas os dois numa sala sem cor, paredes ou limites. Abraçou o pai saciando uma enorme saudade, então lembrou que ele morrera há 10 anos e acordou. Seus olhos se abriram em lágrimas que a fronha solidária bebeu.

Naquela manhã, Ana acordou, mas permaneceu uma hora deitada sob impacto do sonho confuso que tivera... #

Os elementos se fundem e se transformam na obras do holandês M. C. Escher; 1898-1972 - sobre ilusões de ótica, aqui referido também na crônica III.



II - Ana Cíclica

Era sempre assim; cansada de ficar deprimida, Ana começava um novo ciclo da vida reinventando seu dia a dia. Desta vez as escolhas foram aulas de Pilates, Alemão e um curso de pós-graduação. Mudou de bairro, ganhou novos amigos, renovou o guarda-roupa e rasgou papéis, muito papéis... Desfez-se de livros e CDs, apagando vestígios. No afã de mudança encheu sacos e mais sacos de tralhas, que os catadores de lixo disputaram feito tesouro. Se tivesse mais dinheiro, trocaria de carro. Cortar os cabelos, no entanto, não foi problema:

– Então aproveita e pinta de louro! – Ordenou ao cabeleireiro.

Concluído esse processo tudo passou a ser novidade. Desde os gestos simples como pentear cabelos encurtados ou encontrar a geladeira que mudou de lugar, até decorar novos nomes de gente, de rua ou novos itinerários... Aos poucos uma nova rotina seria estabelecia: Dias agitados e noites calmas. Agora sim, Ana acreditava em seu eco quando falava de auto-estima.

Seus novos compromissos eram sagrados. Tinha medo de não cumprir algum e criar um efeito dominó, onde uma pedra derruba a outra – algo bonito de se ver, como as ressacas, desde que se esteja do lado de fora. Quando os dominós representam os pilares da vida, no entanto, a graça vira desgraça e as ondas da ressaca arrastam seu próprio corpo.

Foi quebrando compromissos que uma amiga de Ana caiu no vazio e sentou-se num bar. Experimentou Bossa Nova, bebidas e sorrisos irônicos. Gostou e lá ficou, até hoje... Mas Ana não gosta de bar ou ironia. Ela só quer cumprir esse ciclo da vida até que a depressão lhe roube a paz, dizendo que é hora recomeçar...

Ana cíclica deve ser viciada em recomeço. #

III - Pirulitos ou Cigarros

Todo santo dia, o irritante choro da pequena Ângela deixava sua mãe embaraçada diante dos vizinhos. Quando contrariada, a criança imediatamente mudava de cor. Seus olhinhos azuis avermelhavam e transbordavam um pranto que também escorria pelas narinas e fugia pelos poros. Não havia muito que fazer diante do fenômeno, então sua mãe recorria aos pirulitos coloridos, guardados dentro de um pote de emergência. O açúcar acalmava a menina, distraía sua birra e devolvia sua cor.

Todo gesto de Ângela visava recompensa ─ foi assim que aprendeu enquanto crescia. Logo, os pirulitos não mais supririam sua insatisfação. Já adolescente, passou a chorar para dentro as lágrimas que ninguém via. Não transpirava ou mudava de cor, apenas empalidecia. Como um espelho d’água de um traiçoeiro rio, sua pele clara escondia uma corrente de emoções.

                       
                        *                         *                          *

Todos na rua se lembram da tarde em que Ângela surgiu no portão de sua casa. Com as curvas de seu recente corpo de mulher dando formas ao vestido, lançou nos lábios um tímido sorriso e disse “boa-tarde!”. A resposta veio em coro, como se fosse ensaiada pelas vizinhas que trocavam fuxicos no portão ao lado, pelos aposentados que jogavam carta adiante e pelos meninos que, sem perceber, interromperam uma pelada improvisada no asfalto. A partir daquele momento todo bairro notou e se encantou com a beleza da mulher recente.
Além do azul-encanto, havia mistério nos olhos daquela moça. Anos de choro escorrido pra dentro formaram oceanos em sua alma, onde habitavam sereias silenciosas: Seus olhos eram o portal de acesso ao lar das sereias que ameaçam cantar. Nos demorados banhos matinais, Ângela se assemelhava às sereias... Ah, se todas resolvessem cantar!...


Três Décadas Depois...

Na tumultuada e irregular calçada de Madureira uma mulher tropeça, perde o equilíbrio e cai. Um prestativo rapaz a socorre prontamente enquanto um senhor recolhe sua bolsa e os embrulhos de compras espalhadas no chão. Assustada, a mulher não dizia nada quando um comentário jocoso foi ouvido entre os passantes:

─ Olha só: Ela deixou cair tudo menos o cigarro que continua na mão!

Outro moço, com roupa de enfermeiro, a amparou perguntando se estava tudo bem. Estava, a mulher respondeu mais com os olhos do que com a voz. A débil mulher tinha um forte cheiro de cigarro e um pouco de descuido, mas... Aqueles olhos azuis...

─ Nossa!... ─ pensou o rapaz ─ Essa mulher deve ter sido muito linda!

─ Obrigado meu filho! Eu me chamo Ângela. ─ a mulher falou finalmente:

─ Sabe, quando eu era criança caía no choro, por muito menos que isso. Então minha mãe me dava um pirulito para compensar. Hoje fumo cigarros quando perco o equilíbrio, e como você pôde ver, isso não me impede de cair de novo...

Ângela falou por uns vinte minutos para o jovem hipnotizado pelo seu olhar de oceano. Depois agradeceu de novo e seguiu seu caminho. De repente, sentiu uma vontade incontida de cantar. Foi quando jogou fora os cigarros e entoou o canto das sereias. A emoção do canto fez seus olhos liberarem anos e anos de pranto. Contagiado, o céu não se conteve e, soluçando raios, fez descer copiosa chuva que alagou Madureira. Enquanto Ângela sumia na curva da esquina os seus últimos cigarros foram arrastados pela enxurrada e engolidos pelo ralo. #

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Primeiro do Ano

Primeiro do Ano

Amigos!



Quando 50 corredores se reuniram para correr os 18 km da Serra do Mendanha, era apenas o primeiro treinão do ano (!). Eles queriam chegar às torres de transmissão de TV a 1.000 metros do nível do mar. Muitos como eu, nem sabiam o que teriam pela frente: Uma estrada sinuosa de terra batida com inclinação suportável no início, mas que na altura do km 6 se erguia feito muro. Fora de ritmo, só me restou caminhar, trotar e torcer pela chegada que nunca aparecia.


Quando 50 corredores se reuniram para correr os 18 km da Serra do Mendanha, era manhã de domingo. Um sol de brilho crescente iluminava os sorrisos e realçava o colorido das camisetas. O Largo do Mendanha também sorria - um sorriso largo que ninguém via - mas que sentia - um sorriso que no ar se transmitia - feito os sinais das torres para onde se seguia.


Quando 50 corredores se embrenharam no verde foi possível ouvir grilos, cigarras e pássaros. Foi possível sentir o cheiro da jaca madura na mata e morder a manga tirada do pé. Foi possível olhar a flor amarela, o mato verde e o barro vermelho. Foi possível perceber a cor... A água gelada bebida na fonte era o ponto de hidratação. Tudo isso num treino puxado que, sem isso, seria torturante - pois se o corpo sofria, a alma vibrava de alegria!



Quando 50 corredores se reuniram para correr os 18 km da Serra do Mendanha, era apenas o primeiro treinão do ano (!)...

+ foto 1 - corredores antes da largada no Largo do Mendanha;
+ foto 2 - terra batida e mato;
+ foto 3 - corredores na foto oficial de Sergio Pessoa, organizador do evento;
+ vídeo acima - filmado com iPhone e editado por longas horas, mas consegui!

Abraço!
Bira.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Último do Ano

Amigos;







Nas fotos: Rosemberg, Antônio, Ozéias, Carlão, Sandro e Murilo... eu estava de bike, no click.

Certa vez alguém disse que "andar de bicicleta ninguém esquece!" Depois disso, a frase foi repetida e comprovada por décadas e décadas. Só que o tempo passou e inventaram o celular. Então foi preciso andar de bicicleta e não deixar o aparelho cair do bolso... Tudo bem, era possível. Ontem no entanto, foi o último dia do ano e meu amigo Ozéias resolveu juntar corredores disponíveis para um derradeiro treinão. Como eu estou machucado segui os caras de bike, apenas para filmar. Levei o iPhone, desastrosamente subi na magrela e pensei:

- E se o autor da frase "... ninguém esquece!" me visse tentando pedalar no trânsito e filmar os corredores, ao mesmo tempo, o que diria?

Mesmo assim deu para filmar e não deixar o celular cair. O percurso foi curto: Vila da Penha - Penha, ida e volta, subindo as escadarias do Santuário onde eu nunca havia pisado. Um treino leve só para motivar um abraço suado de corredor que diz:

Feliz Ano Novo!



Abraço!
Bira