segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Como a Corrida Dilui os Problemas?

(...) Enquanto eu corria, o céu azul estava ali. Ele abrigava passarinhos graciosos, pipas coloridas, urubus de voo sereno, nuvens robustas e um avião que vai para New York (...)

Montagem com recorte de foto pessoal e a imagem difusa do Shopping Via Brasil (Google Maps)...

Como a Corrida Dilui os Problemas?

Amigos!

Bastou que eu voltasse a correr para o mundo se mexer à minha volta. Pessoas, carro, árvore, casa, chão... O chacoalhar do movimento mistura tudo no olhar. Enquanto se corre, não dá para detalhar as imagens. Os sentidos se voltam à preservação da integridade física: A visão percebe o chão que está próximo ou a cinco, dez, vinte metros à frente. Ela atenta aos carros que surgem na esquina, à pipa voada que arrasta uma criminosa linha com cerol... A audição de um corredor, nas bordas do trânsito, está alerta ao barulho de um caminhão que se aproxima fora do campo da visão. O tato dos pés, mesmo protegidos, percebe o piso num trecho irregular, garantindo equilíbrio.

Neste estado de alerta cruzei a esquina e deparei com o Otimismo. Ele não tinha forma nem educação. Adentrou invisível pelas minhas narinas, invadiu o meu peito e, pela milésima vez, converteu minh'alma. Era mais um daqueles momentos em que todos problemas se tornam solúveis... Tentei me portar friamente e analisar o fato, pensando comigo mesmo:

- Como pode a corrida diluir os problemas mais difíceis?...

Foi quando um caminhão betoneira, mexendo concreto, quase parou ao meu lado. Na retenção do trânsito, em frente ao Shopping Via Brasil, eu sorri - achando que o fato era uma resposta velada à pergunta que eu acabara de fazer a mim mesmo:

- A corrida dilui problemas feito betoneira misturando concreto. Enquanto se corre, o olhar confunde os objetos (pessoas, carro, árvore, casa, chão e etc.) nas ilusões de ótica; o otimismo invade a quem o percebe sem entender como isso acontece... É que tudo perde a identidade individual. Tudo se mescla e integra um só elemento. É nessa hora, aparentemente confusa, que a mente descobre as soluções mais simples para os problemas da vida. É quando os problemas e as soluções se apresentam ao mesmo tempo, e se neutralizam, no universo indistinto das imagens difusas. Enquanto se corre, o mundo é uma betoneira sem limites circundada pela ilusão azul do céu...

Enquanto eu corria, o céu azul estava ali. Ele abrigava passarinhos graciosos, pipas coloridas, urubus de voo sereno, nuvens robustas e um avião que vai para New York... Cada uma dessas coisas aparentando serem objetos distintos, mas não eram, pois eu estava em movimento, vendo tudo se mesclar no meu entorno - otimista e diluído num universo indescritível...

Voltei!

Abraços!
Bira.


sexta-feira, 18 de outubro de 2013

As Imagens do Blog em 2013

Amigos!

Recortes, montagens e colagens de imagens foi a forma que eu encontrei para ilustrar BiraNaNet, principalmente este ano. Obtive resultados que surpreenderam a mim mesmo. Selecionei alguns abaixo:
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DNA de Corredor - medalhas e camisas de corrida

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- da postagem Arte com Medalhas (junho), onde preparei instalações com medalhas e fotografei: http://www.birananet.com/2013/06/arte-com-medalhas.html

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Retalhos - Os recortes de fotos provocaram movimento de corrida

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- da postagem Colcha de Retalhos (julho), onde eu recortei três fotos em quatro partes cada, fiz a colagem e criei o gif animado. Achei que obteria um movimento circular, mas obtive movimento de corrida: grata surpresa!: http://www.birananet.com/2013/07/colcha-de-retalhos.html

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Cris Heberle - Montagem simples nas fotos enviadas pela própria

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- da postagem Mulheres que Correm Sorriem Mais (Parte II) (junho), não precisei usar de muito artifício além dos belos sorrisos das corredoras:
 http://www.birananet.com/2013/06/mulheres-que-correm-sorriem-mais-parte.html

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Saudade do Adriano - A foto do Adriano (recorte) foi clicada por ele próprio enquanto corria ao meu lado e deu um sorriso.

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- da postagem Arte com Amigos (junho), produzi gifs animados, homenageando três amigos corredores. Entre eles o saudoso Adriano, que partiu deixando um buraco no peito de seus companheiros: http://www.birananet.com/2013/06/arte-com-amigos.html

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Crianças de Goiabal - Colagem simples de imagens filmadas sobre fotos.

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- da postagem Desafios de Setembro (agosto):
http://www.birananet.com/2013/08/os-desafios-setembro.html

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Quatro Mulheres - Montagem com imagens colhidas na internet

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- da postagem Quatro Mulheres Curtas (janeiro), com quatro crônicas sobre mulheres. As imagens são relacionadas aos textos. Pinceladas de Van Gogh fazem a vez de cabelos da mulher :
http://www.birananet.com/2013/01/quatro-mulheres-curtas.html

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Sonho de Corredor - Montagem com imagens da largada da São Silvestre

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- da postagem Sonho de Corredor (outubro), recorte de foto sobre filmagem da largada em gif :
http://www.birananet.com/2013/09/sonho-de-corredor.html

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 Filme: Entrevistando os últimos colocados durante a Corrida de São Sebastião

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- da postagem Nossos Maravilhosos Últimos Colocados (janeiro), agora uma filmagem na corrida de São Sebastião que tem um final comovente, na chegada dos últimos corredores :
NOSSOS MARAVILHOSOS ÚLTIMOS COLOCADOS


As imagens são vitrines, são complementos de texto, são compilações, são resumo ou são a peça principal de uma postagem. "Valem mais do que mil palavras", disse Confúcio, 470 a.C, quando era impossível imaginar a invenção do Smartphone.

BiraNaNet está repleto de imagens, confira!

Abraços!
Bira.

sábado, 5 de outubro de 2013

Unidos da Palestrante

Amigos!

A pouco eu estava dando uma geral no quarto quando encontrei esse texto que reli e dei boas risadas. Escrevi-o em 2009, para cumprir uma lição do curso de férias: "Como Falar em Público".

Produzir e ler um texto com assunto diverso era a lição do dia. Escolhi escrever sobre o próprio tema do curso. Criei uma personagem - a Palestrante - que cometeria todos os erros cujo curso aponta... Achei que ficaria engraçado... Creio que ficou!... Segue um pouquinho de humor:



Unidos da Palestrante

Até hoje não sei se o vermelho irradiado pelo rosto da palestrante foi causado pelo reflexo de seu vestido ou produto de uma exagerada exposição ao sol.  Exagerada no sol, no carmim do vestido, do batom, dos penduricalhos: pulseiras, colares e brincos... E que brincos!... A julgar pela cor, lembravam mini lantejoulas chinesas - acesas é claro!... A julgar pelo ruído, lembravam os sete sinos da felicidade. Não menos discretos, os colares balançavam inquietos, entre a pujança dos seios contidos e fartos... Estariam "fartos" os seios daquela mulher? Estariam fartos do aprisionamento que lhes fora imposto? Afogados no sutiã e sustentados pelo espartilho, clamavam por socorro. Era um grito surdo, sensual e agonizante, que escapava do decote. Era um grito que se ouvia com os olhos... Esses meus olhos!...

Não sei se ela levantou o braço para ajeitar os cabelos ou para exibir a frase "Deus é Fiel" ali impressa. Acho que era isso que estava escrito ali - não deu para ler direito, me desculpem... Deve ter sido os movimentos do braço que não me deixaram ler, ou seria o barulho das pulseiras?...

Nego-me a descrever aquelas pulseiras. Apenas sugiro às escolas de samba que adotem esse instrumento. Ou melhor, adotem essa palestrante. Façam isso pelos seus próprios bem. Acabem com a concorrência antes que ela se estabeleça. Antes que ela migre do auditório para a passarela e se denomine: Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos da Palestrante.

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Escrita na hora, essa primeira parte da redação ficou curtinha. A segunda não tinha graça porque descrevia uma palestrante de comportamento correto - pessoas corretas não fazem rir... A leitura feita por um colega com voz de locutor divertiu a turma. A professora pediu cópia e sem querer me ofendeu, achando que eu teria copiado o texto de alguém e assinado, mas não deixou de pedir uma cópia que deve estar sendo usada até hoje para ilustrar seus cursos...

Quando encontrei esse texto me lembrei de um amigo que havia esquecido uma nota de cem, dentro do paletó, "achando" o dinheiro seis meses depois, quando menos esperava.

Abraços!
Bira.