domingo, 7 de setembro de 2014

Treinão Encantado na Serra Gaúcha

Amigos!

Da Série: Um Longão Em Cada Estado.





Se algum dia você marcar um treinão com corredores de Gramado - RS, é melhor escolher o meio da semana. O motivo é simples: 90% da atividade econômica da cidade está voltada ao turismo e é no final de semana que o gramadense mais trabalha.

Se você gosta de vinho, queijo, chocolate e flores mas nunca foi a Gramado, não deveria esperar... Abrigados na belíssima arquitetura européia da Avenida Borges de Medeiros, espalham-se restaurantes e bistrôs. Lojas como a  Ataliba Vinhos, que recebem turistas de todo Brasil, em busca daquele produto produzido na região. Flores comportadas se exibem nos canteiros rasteiros das calçadas ou nos canteiros centrais das avenidas. Flores ousadas escalam paredes ou se atiram, em ramos, do alto de um muro sobre um passante, na calçada. Flores narcisas admiram seu próprio reflexo na vitrine de um atelier ou se espelham no olhar de um turista encantado.







Se você gosta de hospitalidade, de tranquilidade, de andar na rua sem medo de ser roubado... Se você quer ver os carros pararem no trânsito para que você atravesse a rua, faça o que eu fiz... Vá a Gramado! Faça o que fazem 2,5 milhões de turistas, anualmente. Visite o terceiro melhor destino turístico do Brasil (na avaliação do site Trip Advisor, em 2014).

Treinão de Sábado, no Vale 28, em Gramado.


Foi para cumprir mais uma etapa da série Um Longão em Cada Estado que resolvi correr na Serra Gaúcha. Eu precisaria fazer contato com corredores locais, a fim de explorar os lugares que só eles conheciam e ouvir suas histórias de corrida. Mas eu não mantinha contato com nenhum deles e recorri à internet. Tentei falar com academias de ginástica, sem sucesso. Descobri a TH2 Eventos - empresa que organiza a Volta ao Lago Negro e outras provas. Falei com Beto Bocalon que prontamente me recomendou a atletas locais. Somente depois descobri que o Beto já era meu amigo no Facebook - agora você vê...

Eu receava encarar o frio da serra, poucos dias após o Festival de Cinema de Gramado. Antes de viajar, comprei uma calça legging, separei casacos e camisetas de manga. Mas às 16h de sábado, 23-08-2014, o clima era apenas ameno a 830 metros do nível do mar. Encontrei-me com Claudio Salles e Luiz Ataliba, a poucos metros da famosa estátua do kikito. Descemos a serra de carro, rumo ao vale, na Linha 28.

Chegando lá, deparei com uma estrada de terra que penetra na mata. Hora o caminho era abraçado pela vegetação, formando um túnel vivo e hora a vegetação se abria, revelando a luminosidade do vale. Os sons da mata vêm dos pássaros, ou de uma cascata, para invadir meus ouvidos intrusos. Pedi licença à natureza para também fazer barulho naquele local. Batuqeui meus tênis no barro da estrada, enquanto corria e dava risadas incontidas - próprias de gente encantada.


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Acima o vídeo do primeiro treinão, feito na tarde de sábado: 12 km na mata (também em HD).

Respirei mais forte para encarar uma subida, ao lado de Jonatan Leomar (16). Volta e meia interrompia a carreiar para melhor filmar. Ouvia o Claudio contar suas histórias de corrida. Assim percorremos 12 km pelas curvas de barro da Linha 28, antes que a noite chegasse de vez. Foi no finzinho do treino que o sol mergulhou atrás dos montes e os jasmineiros espalharam perfume na estrada. Era como se eles quisessem nos compensar pelo apagar do cenário e nos dizer boa-noite. Eu já me daria por satisfeito, mas a hospitalidade do gramadense Luiz Ataliba não fez por menos e me convidou para um novo treinão na manhã seguinte...

Treinão de Domingo, de Gramado à Canela.



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Primeira parte do segundo treinão, de domingo, percorrendo o Centro e o Caminho da Santinha.

Faria aproximadamente 15 graus na manhã de domingo. O céu estaria limpo e todos saberiam que iria esquentar. O Centro de Gramado estaria semi-deserto, às sete da manhã, sob o véu da luz morna e dourada do sol. Eu correria três quilômetros do hotel ao Centro, para encontrar Ataliba e Cláudio. Nós correríamos pela cidade que aos poucos despertava. Entraríamos no belíssimo Parque Caminho da Santinha e depois seguiríamos, apenas eu e o Claúdio, pela Estrada do Meleiro. Nessa estrada eu depararia com mais um cenário natural. Ouviria novas histórias de corrida. Brincaria, sorriria e nem sentiria os quilômetros passarem sob meus pés.

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Última parte do treino de domingo, com encerramento na famosa Cascata do Parque do Caracol.

Depararia de novo com o asfalto da Estrada do Caracol. Daria "tiros" no asfalto liso e deserto, fantasiando possuir a mesma velocidade do meu amigo frequentador de pódio. Quando eu me desse conta, já estaria entrando no Parque do Caracol, em Canela. O espaço de armazenamento do meu  iPhone já estaria acabando. Jogaria fora algumas músicas e conseguiria filmar um pouco da cachoeira. As filmagens tomariam todo o espaço do Smartphone e o treino, de 12 km, acabaria repentinamente para a câmera... Foi assim que aconteceu!

Abraço!
Bira.




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