terça-feira, 17 de março de 2015

Estou Voltando?

A ansiedade de voltar a correr e recuperar sensações que transformam o mundo e encantam a alma...

Gif animado contendo imagem de meu perfil sobreposta em sequência de quadros de um vídeo da internet.

Amigos!

Estou Voltando?

Até que enfim eu saí de casa para correr!... Quando cruzei o portão o vento se atirou sobre mim, feito um cachorro que há muito não se via. No frescor matinal da calçada fui abraçado pelo vento, sorri e pensei em voz alta:

"Estou voltando!..."

De repente o céu ficou mais claro. Era o sol encontrando brechas nas nuvens para correr comigo. Para iluminar o meu caminho, acendendo as cores do dia. Para fazer as flores se abrirem sobre o muro da vizinha e os bem-te-vis suburbanos cantarem pra mim!...  Sorri e pensei em voz alta:

"Estou voltando!"

Ninguém perceberia, se eu chorasse de felicidade, atrás dos óculos espelhados. Ninguém repararia meu suor escorrendo, por detrás do tecido poliamida, até embebedar as meias e evaporar nos furinhos dos tênis. Compensei essa perda com goles de água gelada, sorri e pensei em voz alta:

"Estou voltando!"

Dispara de novo meu pulso e o Garmin que o envolve. O bem-estar que agora sinto faz o mundo ficar melhor. O mundo é melhor observado quando se está correndo. As imagens se misturam nos olhos de quem corre, e tudo volta a ser um. E quando os seres se agregam, os problemas individuais se desfazem. Então sorri e pensei em voz alta:

"Estou voltando!"

Passaram-se 10, 20, 30 quilômetros e eu não me cansei. Saí do subúrbio, cruzei a Zona Sul e alcancei as praias da Zona Oeste. Corri 55 quilômetros e não queria parar! Nunca havia corrido tanto! Depois de ficar meio ano sem correr, aquilo parecia um sonho do qual eu não queria acordar! Pouco importava que eu estivesse dormindo no vagão do Metrô, e que passaria direto da estação onde desço, em Irajá. Por mim, continuaria sonhando por uma infinidade de quilômetros ou estações, mas acordei e pensei em voz alta:

"Paciência, ainda não estou voltando!"

Abraços!
Bira.
(Continuo em tratamento de fascite plantar, muito difícil de ser curada...)



sexta-feira, 13 de março de 2015

Morro de Saudade da Corrida!

Os meses passavam e eu não curava da lesão. A saudade da corrida era grande...


Meu amigo Alessandro Augusto tirou essa foto na meia Maratona da Asics.


Morro de Saudade da Corrida!

Morro de saudade dos meus longões preparatórios para a Maratona do Rio - eram 30 km de Irajá a Copacabana. Nas manhãs de sábado, o sol também corria acima de mim, rumo o centro do céu. Seu esforço lhe fazia ficar cada vez mais quente e radiante. O mesmo ocorria comigo: Eu também flutuava sobre o asfalto de Irajá, Vicente, Penha, Olaria e Ramos. Após 40 minutos, chegava às calçadas vazias da Avenida Brasil, em Bonsucesso. Respirava pó e fuligem em frente à Refinaria de Manguinhos e prosseguia, até cruzar a Rodoviária Novo Rio. Protegia-me dos raios solares na umidade sombria sob o viaduto da extinta Perimetral. Refugiava-me entre os prédios da Avenida Rio Branco até ressurgir no Aterro do Flamengo, onde os meus ombros deparavam, de novo, com o sol. Após duas horas de treino, eu tinha a sorte de encontrar aquele gramado vasto e macio, de receber lufadas generosas de vento do mar. O que seria de mim, não fosse o alívio das árvores passageiras? O que seria dos meus olhos,  recém saídos das paredes desbotadas do subúrbio, não fosse o verde invadir suas retinas? Mas o cansaço sempre chegava no final daquele parque, na à pista curva de corrida que margeia o Pão de Açúcar. A beleza da Enseada me dava alento. Correndo ali, eu me sentia um ser especial. Passava em frente ao Hospital Pinel sem pensar em entrar: nunca quis curar meu vício de corrida. Atravessava o Túnel Novo e terminava o treino diante do busto da Princesa Isabel, Fazia reverência a quem me deu a liberdade de escolher o meu trajeto.

Morro de saudade dos meus treinos comuns e suburbanos. Dos percursos aleatórios cuja direção era escolhida a cada esquina. De revelar os recantos dos bairros. De encontrar outro corredor pelo caminho e emendar um novo treino. De me inflar perante os olhares curiosos dos passageiros de um ônibus ou me irritar com o motoqueiro que avança o sinal, e me ignora, quase atropelando. Correr desviando de gente, de saco de lixo e de buraco. Correr percebendo o abacateiro carregado sobre o muro e as flores de romã espalhadas pelo chão. O chão do subúrbio ainda espera por dias melhores. O chão nu da minha infância, agora está vestido de cimento e asfalto. Onde o idoso tropeça, a grávida escorrega e o vira-latas dá três voltinha antes de fazer xixi. Não se pode correr sem tirar os olhos do chão, tampouco se deve deixar de perceber todo entorno. Um rato assustado mergulha no buraco do ralo, um casal de pardais risca o ar feito a bala perdida, que aterroriza o subúrbio. Um cavalo magro sobrevive comendo capim no brejo seco. De repente essa dança caótica de imagens ganha tons de esperança nos meus olhos de corredor.

Morro de saudade de correr com os amigos nos parques, nas serras e no litoral do meu Rio. Ver minha própria alegria refletida no olhar de quem partilha um treinão. Dividir e multiplicar essa alegria por 50, 100 ou 200. Por quantas pessoas estiverem presentes no treinão.

Espalham-se as fotos nas redes sociais... São corredores sorrindo ou gesticulando vitória. Eles fazem questão de mostrar ao mundo o quanto acertaram ao optar pela Corrida... Morro de saudade da Corrida!

Abraços!
Bira.
(sem correr há seis meses por conta de uma fascite plantar).




quarta-feira, 4 de março de 2015

As Mulheres de BiraNaNet!

Barbiani - Montagem com a foto da corredora Fabiani Dutra, na postagem Arte com Corredores.


Amigos!

Mulheres Inquietas, extrovertidas, sorridentes e encantadoras. Mulheres reais com histórias que parecem ficção, ou mulheres fictícias com histórias reais. Mulheres que correm atrás dos seus sonhos, corredoras ou não, superando problemas e conquistando os leitores do blog...

São as Mulheres de BiraNaNet, reunidas na "tag" Dia Internacional da Mulher, comemorando esta data. Vale à pena ler ou reler as sete postagens carregadas de beleza e emoção... Confira os resumos, depois clique nos links da tag:

1º - Gilmara Encontra Gilmara

A história da minha amiga corredora e passista Gilmara Maciel emociona a todos que leem tem um final surreal e surpreendente, clique confira!


2º - O Sonho de Renata

Desviei do assunto Corrida para contar a história de Renata Brito, a mulher que deixou uma vida tranquila que tinha na Barra de Tijuca e foi morar na Baixada Fluminense, para socorrer a centenas de cães e gatos abandonados. A postagem foi a mais acessada de todas no blog, clique confira!


3º - Amor de Mãe

Mais uma postagem que não fala de corrida e é uma homenagem para todas as mães que leem este blog. Pedaços da história de minha mãe, Alzira, e fragmento da história do bairro em que fui criado, Irajá, clique confira!


4º - Quatro Mulheres Curtas

Reuni numa só postagem 4 crônicas distintas e curtas, mas que se complementam. São histórias emocionantes e fictícias, mas que poderiam ser verdadeiras nas vidas das Mulheres de BiraNaNet, clique confira!



5º e 6º - Mulheres que Correm Sorriem Mais! - partes I e II

Um título chamativo, alegre e brincalhão tanto quanto minhas queridas amigas corredoras... Entrei nos perfis das meninas, no Facebook, e escolhi algumas fotos em que estavam sorrindo nas corridas. Depois perguntei-lhes qual era o motivo de sua alegria naqueles momentos, clique confira!



7º - Melhor Correr com as Mulheres!

Um treinão organizado por Flavio Loureiro, partindo das estação das barcas, em Niterói, rumo à Fortaleza de Santa Cruz, reuniu um número recorde de mulheres. Foram 14 km de beleza e alegria que geraram essa postagem, clique confira!

Desejo a todas as mulheres que curtem este blog um Feliz Dia da Mulher!

Abraço!
Bira.