quarta-feira, 26 de agosto de 2015
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
terça-feira, 18 de agosto de 2015
Treinão Mobiliza Cidade do Paraná
(...) Nunca tive dúvidas da força embutida no TREINÃO DO BRASIL, mas fiquei de queixo caído perante a história que conto a seguir: (...)
Nunca tive dúvidas da força embutida no TREINÃO DO BRASIL, mas fiquei de queixo caído perante a história que conto a seguir:
-- Bom dia, meu nome é Gislaine e eu sou de Sertanópolis, no interior do Paraná...
-- Bom dia, Gislaine... É sobre o TREINÃO DO BRASIL?
-- Sim... Eu já havia mandado uma mensagem mas não fui respondida...
-- Você deseja marcar um treinão na sua cidade - fui objetivo, para não me atrasar na chegada ao trabalho.
-- Até quero -- respondeu Gislaine: -- Mas aqui na minha cidade eu sou a única pessoa que corre.
-- Como assim? Arguí intrigado -- Ninguém mais corre na sua cidade??
-- Sertanópolis é uma cidade pequena, 17 mil habitantes, fica a 47 km de Londrina. A população não tem esse hábito.
-- Mas você corre sozinha?
-- Corro. Às vezes me junto a amigos de cidades próximas. Fora isso, estou sozinha...
Enquanto Gislaine falava eu pensava comigo "E agora, Bira?..." Mas a resposta veio rápida, e não poderia ser melhor:
-- Gislaine, marque o treinão mesmo assim!... Não importa que esteja sozinha no dia 20 de setembro, pois você estará correndo com milhares de corredores em todo Brasil, naquele momento. Muito embora eu acredite que você não estará sozinha... Outras pessoas aparecerão para correr ou caminhar contigo!
Parecia ser justamente a resposta que a Gislaine queria ouvir, e falou:
-- Eu posso marcar e convidar corredores das cidades próximas, não é mesmo?
-- Claro!... Reforcei: -- Mas mesmo que você esteja sozinha no dia, isso será positivo. É que nós estamos pedindo para os corredores tirarem fotos e filmarem todos os treinões. No final, vamos fazer um grande filme com as imagens recebidas de todo o Brasil... Se você aparecer sozinha neste filme, em contraste com as outras cidades do Brasil, Sertanópolis pode despertar e começar a praticar esporte.
Dito isso, Gislaine mandou que eu marcasse o local de largada do Treinão. Anotei seus contatos e nos despedimos. Voltei para o computador e, mesmo apressado, compus uma imagem com a foto de Sertanópolis e a descrição: "Bem-vinda Sertanópolis ao TREINÃO DO BRASIL!...". Marquei a foto que foi para o perfil da Gislaine, no Facebook. Tomei banho e, finalmente, fui trabalhar.
Durante o dia, percebi no smartphone que a imagem que postei estava sendo muito curtida e comentada. Notei que era muito compartilhada e fiquei curioso: "Será que os amigos de Gislaine aderiram à ideia e estão apoiando?". Somente à noite veio a resposta, pelo WhatsApp:
"Boa noite, Bira... Aqui em Sertanópolis está sendo surpreendente! Jamais esperava pelo apoio que estou recebendo! Já fechei com a polícia, consegui ambulância, enfermeiros e médicos... Consegui água e para completar, 150 camisetas brancas escrito PAZ. Essas camisas serão sorteadas entre os participantes..."
Li sua mensagem e pensei: "Como assim?" Fazia menos que dez horas que Gislaine havia ligado e descrito que corria sozinha, no interior do Paraná. O que estava acontecendo era um verdadeiro milagre!... Então lembrei de frases que escrevi na postagem "O Espírito do Treinão do Brasil": "O pensamento é o corredor mais veloz que já existiu. Milagres acontecem por causa disso: Muda-se o pensamento e tudo se transforma, automaticamente". Não demorou e o que escrevi estava acontecendo de fato!
Em Sertanópolis, no entanto, a corrida tem apenas um nome: Gislaine Terezinha Evangelista Gobbo. É um nome comprido, que faz lembrar a maratona. É um nome de uma guerreira solitária, com 47 anos, que pega um ônibus e se afasta 18 km de sua cidade, para voltar correndo sozinha pela Rodovia. Para alguns, nossa guerreira solitária é a "Maluca da Corrida". Mas o fato é que Gislaine reside na Capital da Amizade, e muita gente lhe ajuda:
-- Quando quero viajar para correr em outros estados, faço salgados que todos compram para me ajudar com as despesas - conta.
Com essa ajuda, correu a São Silvestre três vezes. Foi finalista do Circuito de Corridas SESI 10 k e, na edição Jacarezinho, obteve a 1ª colocação de sua categoria, entre tantas outras corridas que fez. Gislaine só não conseguiu convencer os políticos a promoverem uma corrida na sua cidade.
O esporte sempre esteve na vida de Gislaine. Nos anos 80 jogou basquete no time da AREL - Associação Recreativa e Esportiva Londrinense, onde foi convocada para a seleção de Londrina. Quando foi morar na cidade de Ventania - PR, o basquete se limitou aos finais de semana. Em Ventania montou uma equipe feminina de basquete, de 11 a 15 anos, até que voltou para Sertanópolis em 2008.
Foi somente em 2011 que fez sua primeira corrida de rua, em Londrina. Chegou em sexto lugar na sua categoria, para nunca mais parar.
-- Sempre amei o esporte e viciei na corrida. Não consigo deixar... E justifica: -- Gosto de desafio, e correndo consigo provar a mim mesma que sou capaz... Não pretendo ser mais rápida nem colecionar troféus, apenas começar e terminar uma corrida... Quando corro, parece que estou flutuando. Desligo-me do mundo e dos problemas. Por incrível que pareça, quando volto para casa levo as soluções que encontro enquanto corro.
-- Estou muito feliz!
-- O que aconteceu? - perguntou a amiga, que ouviu atenta sua explicação.
-- E então, você vai me ajudar?? - concluiu Gislaine, feito uma súplica.
-- Não precisa nem pedir!... Vou ajudar em tudo!
Enquanto a imagem postada no Facebook percorria o universo virtual de Sertanópolis, Daiane e Gislaine já traçavam duas rotas para TREINÃO da cidade. Uma para caminhantes e outra para corredores. Planejaram convidar os corredores de cidades próximas. Mas, ali mesmo já tinha gente dizendo que tentaria correr um pouco em homenagem à atleta.
A polícia ofereceu-se para interditar o percurso. Médicos, para socorro a quem não se sinta bem. Uma ambulância acompanhará as pessoas. Uma motocicleta adaptada conduzirá um fotógrafo... Todos serão voluntários.
A companhia de abastecimento ofereceu copos d'água. O Moinho Globo, indústria local, doará 150 camisas brancas com a inscrição "PAZ". Um distribuidor de frutas fornecerá grande quantidade de laranjas para os "novíssimos atletas" de Sertanópolis.
Suas companheiras de trabalho - um grupo de trinta agentes de saúde - ajudarão no evento. Bexigas brancas serão doadas pelo comércio. No momento da sensibilização, pela paz, elas serão soltas no lago, em frente ao local da largada. Até aqui é o que sabemos...
Pelo telefone, hoje á noite, sua amiga Daiane, falou com entusiasmo:
-- Esse evento vai despertar a cidade para o esporte! Sempre quisemos fazer algo pelas crianças e temos, agora, uma oportunidade! Nossa estimativa é juntar 2.000 pessoas!
A essa altura eu já nem tinha mais o que perguntar...
Se tudo se confirmar, Sertanópolis estará resgatando um título que nunca saiu do coração de seu povo. A terra roxa mais fértil do nosso país esperava apenas que sua filha, atleta e guerreira, atirasse essa semente chamada TREINÃO DO BRASIL.
"... Troca-se o pensamento e tudo se transforma, automaticamente!"
Abraços!
Bira.
Enquanto a notícia do treinão se espalha, Gislaine (ao centro) reúne amigos para demarcar o trajeto. |
Treinão Mobiliza Cidade do Paraná
Amigos!Nunca tive dúvidas da força embutida no TREINÃO DO BRASIL, mas fiquei de queixo caído perante a história que conto a seguir:
Quinta-feira, 13 de agosto de 2015, 9 h. da manhã.
Justamente quando eu ia tomar banho e me arrumar, recebi uma ligação pelo WhatsApp. No diplay, a figura de uma mulher loura, até então desconhecida e eu pensei: "Certamente é alguém querendo informações sobre TREINÃO DO BRASIL". Era isso mesmo, e a conversa se deu mais ou menos assim:-- Bom dia, meu nome é Gislaine e eu sou de Sertanópolis, no interior do Paraná...
-- Bom dia, Gislaine... É sobre o TREINÃO DO BRASIL?
-- Sim... Eu já havia mandado uma mensagem mas não fui respondida...
-- Você deseja marcar um treinão na sua cidade - fui objetivo, para não me atrasar na chegada ao trabalho.
-- Até quero -- respondeu Gislaine: -- Mas aqui na minha cidade eu sou a única pessoa que corre.
-- Como assim? Arguí intrigado -- Ninguém mais corre na sua cidade??
-- Sertanópolis é uma cidade pequena, 17 mil habitantes, fica a 47 km de Londrina. A população não tem esse hábito.
-- Mas você corre sozinha?
-- Corro. Às vezes me junto a amigos de cidades próximas. Fora isso, estou sozinha...
Enquanto Gislaine falava eu pensava comigo "E agora, Bira?..." Mas a resposta veio rápida, e não poderia ser melhor:
-- Gislaine, marque o treinão mesmo assim!... Não importa que esteja sozinha no dia 20 de setembro, pois você estará correndo com milhares de corredores em todo Brasil, naquele momento. Muito embora eu acredite que você não estará sozinha... Outras pessoas aparecerão para correr ou caminhar contigo!
Parecia ser justamente a resposta que a Gislaine queria ouvir, e falou:
-- Eu posso marcar e convidar corredores das cidades próximas, não é mesmo?
-- Claro!... Reforcei: -- Mas mesmo que você esteja sozinha no dia, isso será positivo. É que nós estamos pedindo para os corredores tirarem fotos e filmarem todos os treinões. No final, vamos fazer um grande filme com as imagens recebidas de todo o Brasil... Se você aparecer sozinha neste filme, em contraste com as outras cidades do Brasil, Sertanópolis pode despertar e começar a praticar esporte.
Dito isso, Gislaine mandou que eu marcasse o local de largada do Treinão. Anotei seus contatos e nos despedimos. Voltei para o computador e, mesmo apressado, compus uma imagem com a foto de Sertanópolis e a descrição: "Bem-vinda Sertanópolis ao TREINÃO DO BRASIL!...". Marquei a foto que foi para o perfil da Gislaine, no Facebook. Tomei banho e, finalmente, fui trabalhar.
Durante o dia, percebi no smartphone que a imagem que postei estava sendo muito curtida e comentada. Notei que era muito compartilhada e fiquei curioso: "Será que os amigos de Gislaine aderiram à ideia e estão apoiando?". Somente à noite veio a resposta, pelo WhatsApp:
"Boa noite, Bira... Aqui em Sertanópolis está sendo surpreendente! Jamais esperava pelo apoio que estou recebendo! Já fechei com a polícia, consegui ambulância, enfermeiros e médicos... Consegui água e para completar, 150 camisetas brancas escrito PAZ. Essas camisas serão sorteadas entre os participantes..."
Li sua mensagem e pensei: "Como assim?" Fazia menos que dez horas que Gislaine havia ligado e descrito que corria sozinha, no interior do Paraná. O que estava acontecendo era um verdadeiro milagre!... Então lembrei de frases que escrevi na postagem "O Espírito do Treinão do Brasil": "O pensamento é o corredor mais veloz que já existiu. Milagres acontecem por causa disso: Muda-se o pensamento e tudo se transforma, automaticamente". Não demorou e o que escrevi estava acontecendo de fato!
A Maluca que Corre
Não existe sequer um corredor, com mais de quarenta anos, que não tenha sido chamado de maluco no passado. Hoje, no entanto, a corrida virou moda. Corredor virou sinônimo de pessoa saudável e bonita. Multidões dão largada, todo final de semana, nas centenas de provas espalhadas pelo Brasil.Em Sertanópolis, no entanto, a corrida tem apenas um nome: Gislaine Terezinha Evangelista Gobbo. É um nome comprido, que faz lembrar a maratona. É um nome de uma guerreira solitária, com 47 anos, que pega um ônibus e se afasta 18 km de sua cidade, para voltar correndo sozinha pela Rodovia. Para alguns, nossa guerreira solitária é a "Maluca da Corrida". Mas o fato é que Gislaine reside na Capital da Amizade, e muita gente lhe ajuda:
-- Quando quero viajar para correr em outros estados, faço salgados que todos compram para me ajudar com as despesas - conta.
Com essa ajuda, correu a São Silvestre três vezes. Foi finalista do Circuito de Corridas SESI 10 k e, na edição Jacarezinho, obteve a 1ª colocação de sua categoria, entre tantas outras corridas que fez. Gislaine só não conseguiu convencer os políticos a promoverem uma corrida na sua cidade.
O esporte sempre esteve na vida de Gislaine. Nos anos 80 jogou basquete no time da AREL - Associação Recreativa e Esportiva Londrinense, onde foi convocada para a seleção de Londrina. Quando foi morar na cidade de Ventania - PR, o basquete se limitou aos finais de semana. Em Ventania montou uma equipe feminina de basquete, de 11 a 15 anos, até que voltou para Sertanópolis em 2008.
Foi somente em 2011 que fez sua primeira corrida de rua, em Londrina. Chegou em sexto lugar na sua categoria, para nunca mais parar.
-- Sempre amei o esporte e viciei na corrida. Não consigo deixar... E justifica: -- Gosto de desafio, e correndo consigo provar a mim mesma que sou capaz... Não pretendo ser mais rápida nem colecionar troféus, apenas começar e terminar uma corrida... Quando corro, parece que estou flutuando. Desligo-me do mundo e dos problemas. Por incrível que pareça, quando volto para casa levo as soluções que encontro enquanto corro.
Nas imagens: A Gislaine treinadora (2006/8), a jogadora de basquete (anos 80) e os salgados que vende para viajar e participar das corridas. |
A Mobilização dos Amigos
Depois que marcou o local de largada do TREINÃO em Sertanópolis, Gislaine ligou para Daiane, sua amiga. e disse:-- Estou muito feliz!
-- O que aconteceu? - perguntou a amiga, que ouviu atenta sua explicação.
-- E então, você vai me ajudar?? - concluiu Gislaine, feito uma súplica.
-- Não precisa nem pedir!... Vou ajudar em tudo!
Enquanto a imagem postada no Facebook percorria o universo virtual de Sertanópolis, Daiane e Gislaine já traçavam duas rotas para TREINÃO da cidade. Uma para caminhantes e outra para corredores. Planejaram convidar os corredores de cidades próximas. Mas, ali mesmo já tinha gente dizendo que tentaria correr um pouco em homenagem à atleta.
A polícia ofereceu-se para interditar o percurso. Médicos, para socorro a quem não se sinta bem. Uma ambulância acompanhará as pessoas. Uma motocicleta adaptada conduzirá um fotógrafo... Todos serão voluntários.
A companhia de abastecimento ofereceu copos d'água. O Moinho Globo, indústria local, doará 150 camisas brancas com a inscrição "PAZ". Um distribuidor de frutas fornecerá grande quantidade de laranjas para os "novíssimos atletas" de Sertanópolis.
Suas companheiras de trabalho - um grupo de trinta agentes de saúde - ajudarão no evento. Bexigas brancas serão doadas pelo comércio. No momento da sensibilização, pela paz, elas serão soltas no lago, em frente ao local da largada. Até aqui é o que sabemos...
O Resgate de um Título: A Capital da Amizade
Para entender um pouquinho de Sertanópolis consultei informações na Wikipédia. Lá diz que a cidade perdeu o título de Capital da Amizade, em 2008, o mesmo ano que nossa heroína retornou à sua cidade natal.Pelo telefone, hoje á noite, sua amiga Daiane, falou com entusiasmo:
-- Esse evento vai despertar a cidade para o esporte! Sempre quisemos fazer algo pelas crianças e temos, agora, uma oportunidade! Nossa estimativa é juntar 2.000 pessoas!
A essa altura eu já nem tinha mais o que perguntar...
Se tudo se confirmar, Sertanópolis estará resgatando um título que nunca saiu do coração de seu povo. A terra roxa mais fértil do nosso país esperava apenas que sua filha, atleta e guerreira, atirasse essa semente chamada TREINÃO DO BRASIL.
"... Troca-se o pensamento e tudo se transforma, automaticamente!"
Abraços!
Bira.
sexta-feira, 14 de agosto de 2015
Por Que o Treinão Encanta Você?
Amigos!
Corredores e gente são muito maiores do que se enxergam no espelho do quarto. Para montar a verdadeira imagem de um ser humano, precisaríamos de todos esses espelhos encaixados, lado a lado. Formaríamos um grande mosaico, composto com as imagens de cada um.
Sozinhos, somos apenas fragmentos desse ser maior, mais completo e plenamente feliz.
Quando você se vê dentro desse treinão nacional, sente-se mais completo. Sente que pode abrir mão de querer ter razão, para ter a paz!... Nessa hora, no entanto, seu telefone toca e interrompe o pensamento. Quando a ligação termina, é vez da televisão mostrar más notícias. Seu filho pequeno começa a chorar pois a fralda está molhada. Logo, lhe bate o sono e você vai dormir...
Por Que O Treinão Encanta Você?
Foi assim desde de o começo. Sempre que consegui a atenção de alguém para falar do projeto TREINÃO DO BRASIL, vi seus olhos brilharem. A possibilidade de fazer um imenso treinão coletivo e simultâneo em todo o país, devolve ao corredor seu verdadeiro tamanho. Explico:Corredores e gente são muito maiores do que se enxergam no espelho do quarto. Para montar a verdadeira imagem de um ser humano, precisaríamos de todos esses espelhos encaixados, lado a lado. Formaríamos um grande mosaico, composto com as imagens de cada um.
Sozinhos, somos apenas fragmentos desse ser maior, mais completo e plenamente feliz.
Quando você se vê dentro desse treinão nacional, sente-se mais completo. Sente que pode abrir mão de querer ter razão, para ter a paz!... Nessa hora, no entanto, seu telefone toca e interrompe o pensamento. Quando a ligação termina, é vez da televisão mostrar más notícias. Seu filho pequeno começa a chorar pois a fralda está molhada. Logo, lhe bate o sono e você vai dormir...
domingo, 9 de agosto de 2015
Sentado no Colo de meu Pai
(...) Meu pai nesse mundo foi um Ogum sem cavalo e sem lança. Trabalhava muito e ganhava pouco. Quando ia entrar para o serviço público, ficou doente e perdeu a chance (...)
Meu pai me chamava de Birinha porque Bira era Ubiratan, seu filho mais velho. Eu adorava ouvir essa palavra de seus lábios. A sonoridade de Birinha me acariciava, feito uma melodia. Volta e meia, ele cantava "Amélia - a mulher de verdade". Volta e meia, ele homenageava São Jorge com seu canto, onde o Santo Guerreiro era chamado de Ogum. Acho que Ogum também adorava ouvir a sonoridade de seu nome, nos lábios morenos de meu pai. Por isso ficava ali, no seu anel de prata, deixando marcas no dedo e na alma. Morrerei sem esquecer sua devoção expressada nos pontos de umbanda que ele cantava:
"Ogum, olha sua bandeira,
É branca, verde e encarnada,
Ogum, nos campos de batalha,
Ele venceu a guerra sem perder soldados!"
Meu pai nesse mundo foi um Ogum sem cavalo e sem lança. Trabalhava muito e ganhava pouco. Quando ia entrar para o serviço público, ficou doente e perdeu a chance. Conseguiu uma casa simples com um belo quintal, em Irajá, onde fui criado. Era época do Governo de Getúlio Vargas e Irajá, um bairro pouco habitado.
Quando meu pais se separaram eu tinha seis anos. Os tempos eram outros e Getúlio, o Pai dos Pobres, já tinha entrado para história há muito tempo. Eu e minha mãe ficamos morando na casa de Irajá. Ele, sem cavalo e sem lança, foi morar de aluguel aqui e ali - melhor dizendo lá e acolá. E a vida ficou mais difícil ainda para meu velho pai. Mesmo assim, casou-se de novo. Teve outro filho, meu irmão Jacy. Eles moravam numa casa de pau a pique, ao lado de um córrego, batizado por ele de "Rio de Las Mierdas".
Dentro de mim ficou a frustração de eu nunca ter podido ajudar ao meu pai. Eu era muito novo e quando as coisas melhoraram ele já não estava mais aqui. Dentro de mim ficaram também momentos simples, inesquecíveis, de quando ele vinha em casa me buscar para irmos na casa da minha tia. Ninguém faz ideia da minha felicidade andando de ônibus com meu pai! Nem eu faço mais ideia de quanto eu pude ser tão feliz andando no 905 - Irajá/Bonsucesso... Jogar baralho, então... Eu, meu pai e o verdadeiro Bira, meu irmão!... Verdadeiro Bira, sim!... Porque hoje eu sou Birinha e estou sentado no colo de meu pai.
Abraço!
Birinha.
Meu pai, Jacy, agachado à direita e na carteira profissional: Saudade! |
Sentado no Colo de meu Pai
Amigos!Meu pai me chamava de Birinha porque Bira era Ubiratan, seu filho mais velho. Eu adorava ouvir essa palavra de seus lábios. A sonoridade de Birinha me acariciava, feito uma melodia. Volta e meia, ele cantava "Amélia - a mulher de verdade". Volta e meia, ele homenageava São Jorge com seu canto, onde o Santo Guerreiro era chamado de Ogum. Acho que Ogum também adorava ouvir a sonoridade de seu nome, nos lábios morenos de meu pai. Por isso ficava ali, no seu anel de prata, deixando marcas no dedo e na alma. Morrerei sem esquecer sua devoção expressada nos pontos de umbanda que ele cantava:
"Ogum, olha sua bandeira,
É branca, verde e encarnada,
Ogum, nos campos de batalha,
Ele venceu a guerra sem perder soldados!"
Meu pai nesse mundo foi um Ogum sem cavalo e sem lança. Trabalhava muito e ganhava pouco. Quando ia entrar para o serviço público, ficou doente e perdeu a chance. Conseguiu uma casa simples com um belo quintal, em Irajá, onde fui criado. Era época do Governo de Getúlio Vargas e Irajá, um bairro pouco habitado.
Quando meu pais se separaram eu tinha seis anos. Os tempos eram outros e Getúlio, o Pai dos Pobres, já tinha entrado para história há muito tempo. Eu e minha mãe ficamos morando na casa de Irajá. Ele, sem cavalo e sem lança, foi morar de aluguel aqui e ali - melhor dizendo lá e acolá. E a vida ficou mais difícil ainda para meu velho pai. Mesmo assim, casou-se de novo. Teve outro filho, meu irmão Jacy. Eles moravam numa casa de pau a pique, ao lado de um córrego, batizado por ele de "Rio de Las Mierdas".
Dentro de mim ficou a frustração de eu nunca ter podido ajudar ao meu pai. Eu era muito novo e quando as coisas melhoraram ele já não estava mais aqui. Dentro de mim ficaram também momentos simples, inesquecíveis, de quando ele vinha em casa me buscar para irmos na casa da minha tia. Ninguém faz ideia da minha felicidade andando de ônibus com meu pai! Nem eu faço mais ideia de quanto eu pude ser tão feliz andando no 905 - Irajá/Bonsucesso... Jogar baralho, então... Eu, meu pai e o verdadeiro Bira, meu irmão!... Verdadeiro Bira, sim!... Porque hoje eu sou Birinha e estou sentado no colo de meu pai.
Abraço!
Birinha.
sexta-feira, 7 de agosto de 2015
O Espírito do Treinão do Brasil
Amigos!
Minha principal tarefa, ultimamente, tem sido promover o TREINÃO DO BRASIL. Fico na internet o tanto quanto posso. Faço postagens e respondo perguntas. Volta e meia, um corredor internauta me argui, pelo chat:
-- Quanto custa para participar do Treinão do Brasil?... As inscrições estão abertas?...
Respondo que "não, um treinão não custa nada!..." - Enquanto tento imaginar a expressão da pessoa, de imediato, explico:
-- Vamos fazer o que já estamos acostumados: Juntar pessoas para treinar... A diferença é que isso ocorrerá no mesmo momento, em todo país. Faremos o maior treinão de todos os tempos, pois estaremos vestidos de branco - a cor da paz que é almejada por todos e será nosso lema.
Na hora que escrevo isso, eu não preciso mais imaginar a expressão do corredor diante do chat. Sei que seus olhos estão brilhando, como das pessoas com quem falei sobre o projeto. Não é pra menos, corredores são apaixonados pelo que fazem. Adoram juntar o maior número possível de amigos para correr. Imagina juntar gente de todo o Brasil, por uma causa justa e agregadora?!...
Explico ainda mais... Digo que o treinão não é manifestação política, muito menos religiosa. Que o branco de nossas camisas é a fusão de todas as cores, num só objetivo: Alcançar a Paz. Que a paz começa no momento em que estamos reunidos para correr. Que nós, corredores, acostumamos a lidar com ela nos treinos... Só não tínhamos pensado que, um dia, nossa paz pudesse ter o tamanho do Brasil.
O Espírito do Treinão do Brasil
Minha principal tarefa, ultimamente, tem sido promover o TREINÃO DO BRASIL. Fico na internet o tanto quanto posso. Faço postagens e respondo perguntas. Volta e meia, um corredor internauta me argui, pelo chat:
-- Quanto custa para participar do Treinão do Brasil?... As inscrições estão abertas?...
Respondo que "não, um treinão não custa nada!..." - Enquanto tento imaginar a expressão da pessoa, de imediato, explico:
-- Vamos fazer o que já estamos acostumados: Juntar pessoas para treinar... A diferença é que isso ocorrerá no mesmo momento, em todo país. Faremos o maior treinão de todos os tempos, pois estaremos vestidos de branco - a cor da paz que é almejada por todos e será nosso lema.
Na hora que escrevo isso, eu não preciso mais imaginar a expressão do corredor diante do chat. Sei que seus olhos estão brilhando, como das pessoas com quem falei sobre o projeto. Não é pra menos, corredores são apaixonados pelo que fazem. Adoram juntar o maior número possível de amigos para correr. Imagina juntar gente de todo o Brasil, por uma causa justa e agregadora?!...
Explico ainda mais... Digo que o treinão não é manifestação política, muito menos religiosa. Que o branco de nossas camisas é a fusão de todas as cores, num só objetivo: Alcançar a Paz. Que a paz começa no momento em que estamos reunidos para correr. Que nós, corredores, acostumamos a lidar com ela nos treinos... Só não tínhamos pensado que, um dia, nossa paz pudesse ter o tamanho do Brasil.
* * *
segunda-feira, 3 de agosto de 2015
Correr, Tropeçar, Chorar e Sorrir...
Amigos!
Se o dependente químico soubesse do poder da endorfina,
Deixaria de lado as drogas ilegais.
Vestiria tênis, bermuda e camiseta para recomeçar a vida...
Cheiraria de novo o frescor esquecido da manhã!
Se o alcoolista soubesse do prazer de um gole d'água, após a corrida,
Deixaria de lado a outra bebida.
Vestiria tênis, bermuda e camiseta para recomeçar a vida...
Brindaria de novo o sabor esquecido do dia!
Se o depressivo soubesse do alívio que traz um abraço de corredor,
Deixaria de lado os remédios.
Vestiria tênis, bermuda e camiseta para recomeçar a vida...
Choraria pelos poros o suor esquecido dentro de si!
Se o compulsivo soubesse da força que arrasta os corredores na largada,
Deixaria se levar por ela.
Vestiria tênis, bermuda e camiseta para recomeçar a vida...
Repetiria os passos esquecidos nas corridas da infância!
Se o Workaholic soubesse da lucratividade dos treinos com amigos,
Deixaria de lado a caneta e o terno.
Vestiria tênis, bermuda e camiseta para recomeçar a vida...
Suaria no escritório esquecido que tem vento, chuva e sol!
Se o corredor soubesse por que não é um alcoolista ou depressivo,
Teria medo de parar de correr.
Mas o melhor é não ter medo,
Que está na origem dessas doenças.
Se o corredor dissesse que a corrida lhe trouxe saúde,
Outro rebateria, que a corrida lhe conduziu à saúde,
Mas tudo terminaria num pique,
Como nos Tempos das Descobertas de infância!
Se você estiver pensando que não há nada mais para descobrir na vida.
Se você estiver desiludido, recorrendo às drogas ou ao excesso de álcool...
Se você tiver tristeza demais,
Se estiver comendo demais,
Trabalhando demais,
Demasiadamente demais...
Lembre que quando criança
Você corria e sorria,
E tropeçava, e chorava,
E levantava, e corria de novo!
E descobria o mundo...
E tudo era demais!
Se você pensa que não há mais nada para descobrir no mundo,
Experimente olhar para ele, enquanto corre!
Resgate os olhos brilhantes de criança:
Correr, tropeçar, chorar e sorrir...
E se redescobrir,
E revelar o mundo!
Abraço!
Bira.
Montagem com recortes de imagens da internet - Bira |
Correr, Tropeçar, Chorar e Sorrir...
Se o dependente químico soubesse do poder da endorfina,
Deixaria de lado as drogas ilegais.
Vestiria tênis, bermuda e camiseta para recomeçar a vida...
Cheiraria de novo o frescor esquecido da manhã!
Se o alcoolista soubesse do prazer de um gole d'água, após a corrida,
Deixaria de lado a outra bebida.
Vestiria tênis, bermuda e camiseta para recomeçar a vida...
Brindaria de novo o sabor esquecido do dia!
Se o depressivo soubesse do alívio que traz um abraço de corredor,
Deixaria de lado os remédios.
Vestiria tênis, bermuda e camiseta para recomeçar a vida...
Choraria pelos poros o suor esquecido dentro de si!
Se o compulsivo soubesse da força que arrasta os corredores na largada,
Deixaria se levar por ela.
Vestiria tênis, bermuda e camiseta para recomeçar a vida...
Repetiria os passos esquecidos nas corridas da infância!
Se o Workaholic soubesse da lucratividade dos treinos com amigos,
Deixaria de lado a caneta e o terno.
Vestiria tênis, bermuda e camiseta para recomeçar a vida...
Suaria no escritório esquecido que tem vento, chuva e sol!
Se o corredor soubesse por que não é um alcoolista ou depressivo,
Teria medo de parar de correr.
Mas o melhor é não ter medo,
Que está na origem dessas doenças.
Se o corredor dissesse que a corrida lhe trouxe saúde,
Outro rebateria, que a corrida lhe conduziu à saúde,
Mas tudo terminaria num pique,
Como nos Tempos das Descobertas de infância!
Se você estiver pensando que não há nada mais para descobrir na vida.
Se você estiver desiludido, recorrendo às drogas ou ao excesso de álcool...
Se você tiver tristeza demais,
Se estiver comendo demais,
Trabalhando demais,
Demasiadamente demais...
Lembre que quando criança
Você corria e sorria,
E tropeçava, e chorava,
E levantava, e corria de novo!
E descobria o mundo...
E tudo era demais!
Se você pensa que não há mais nada para descobrir no mundo,
Experimente olhar para ele, enquanto corre!
Resgate os olhos brilhantes de criança:
Correr, tropeçar, chorar e sorrir...
E se redescobrir,
E revelar o mundo!
Abraço!
Bira.
sábado, 1 de agosto de 2015
Adesões Fazem Treinão Decolar!
Amigos!
A ideia de fazer um imenso treinão simultâneo, vem conquistando os corredores do Brasil. Neste último sábado (01/08/15) nada menos que seis cidades ganharam seus treinões - do extremo norte, ao extremo sul - são elas:
Macapá AP - cujo de local da largada é o Marco Zero da Linha do Equador;
Bagé RS - a Rainha da Fronteira, cujo local de largada é a Praça da Estação;
Canoas RS - a largada é no Parque Municipal Getúlio Vargas (Capão do Corvo);
Praia Grande SP - largada na Praça dos Canhões, em frente ao Forte de Itaipu;
Fortaleza CE - Avenida Duque de Caxias, largada no calçadão da Crasa C. Rolim;
Petrópolis RJ - corredores da Cidade Imperial largarão nas Proximidades do Palácio de Cristal.
O Mapa já começa a ser preenchido pelos balõezinhos indicadores do Google, prevendo que o sonho de todos vai se realizar: No dia 20 de setembro de 2015, exatamente às 8 h da manhã. Nessa hora, milhares de corredores, em diversos pontos do brasil, largarão de branco, pela Paz!
O treino é comum, basta estar de camisa ou camiseta branca (que pode ser qualquer camisa de corrida dessa cor). O diferencial é a simultaneidade, em todo Brasil. Quando, a cinco minutos da largada, os corredores de Copacabana (por exemplo) elevarem seu pensamento pela Paz, o mesmo estará sendo feito em São Paulo, Bagé, Uruçuca ou Boa Vista. Não importa se o grupo é pequeno ou gigantesco, seremos grandes no coletivo e no propósito!
Muitas vezes o corredor fica tentando vender a ideia para que um amigo mais influente organize o treinão local, e então pode ficar tudo emperrado. Experimente inverter, marcando o treinão local primeiro. Sendo assim, seu amigo influente pode não aderir imediatamente e retornar depois para dar volume, quando certamente outros corredores já se juntaram a você.
A ideia de fazer um imenso treinão simultâneo, vem conquistando os corredores do Brasil. Neste último sábado (01/08/15) nada menos que seis cidades ganharam seus treinões - do extremo norte, ao extremo sul - são elas:
Macapá AP - cujo de local da largada é o Marco Zero da Linha do Equador;
Bagé RS - a Rainha da Fronteira, cujo local de largada é a Praça da Estação;
Canoas RS - a largada é no Parque Municipal Getúlio Vargas (Capão do Corvo);
Praia Grande SP - largada na Praça dos Canhões, em frente ao Forte de Itaipu;
Fortaleza CE - Avenida Duque de Caxias, largada no calçadão da Crasa C. Rolim;
Petrópolis RJ - corredores da Cidade Imperial largarão nas Proximidades do Palácio de Cristal.
O Mapa já começa a ser preenchido pelos balõezinhos indicadores do Google, prevendo que o sonho de todos vai se realizar: No dia 20 de setembro de 2015, exatamente às 8 h da manhã. Nessa hora, milhares de corredores, em diversos pontos do brasil, largarão de branco, pela Paz!
Tome Você a Decisão!
Se você é corredor e foi tocado pela ideia, mas ainda não tem treinão previsto na sua cidade, não tenha medo: Tome a frente e organize! Falo isso porque já temos um bom conjunto de ferramentas para atrair mais corredores locais. Contamos com blogs, Evento aberto no Facebook, aplicativo TREINÃO DO BRASIL e nossos apoiadores que oferecem blindes para sorteios.O treino é comum, basta estar de camisa ou camiseta branca (que pode ser qualquer camisa de corrida dessa cor). O diferencial é a simultaneidade, em todo Brasil. Quando, a cinco minutos da largada, os corredores de Copacabana (por exemplo) elevarem seu pensamento pela Paz, o mesmo estará sendo feito em São Paulo, Bagé, Uruçuca ou Boa Vista. Não importa se o grupo é pequeno ou gigantesco, seremos grandes no coletivo e no propósito!
Muitas vezes o corredor fica tentando vender a ideia para que um amigo mais influente organize o treinão local, e então pode ficar tudo emperrado. Experimente inverter, marcando o treinão local primeiro. Sendo assim, seu amigo influente pode não aderir imediatamente e retornar depois para dar volume, quando certamente outros corredores já se juntaram a você.