sexta-feira, 22 de abril de 2016

Treinão Queimados-Jaceruba: Calor e Animação

(...) Aos poucos a paisagem foi sendo pintada de verde e pedaços de sombra aliviavam o calor (...) 

Aquecimento na Praça dos Eucaliptos - 150 corredores no evento. Bira - 21-04-2016.

Treinão Queimados-Jaceruba: Calor e Animação

Amigos!

Onde estão os eucaliptos da Praça dos Eucaliptos? Foi a pergunta que veio à mente quando cheguei naquele local. O vasto espaço fica próximo à estação de trem, no centro de Queimados, e é utilizado para shows e feiras culturais. Foi ali que 150 corredores se encontraram para participarem do 3º Treinão Queimados - Jaceruba.

Promovido por Ronaldo Maratonista, o treinão teve forte apoio da Prefeitura de Queimados que forneceu frutas, hidratação, batedores motorizados e dois ônibus. Guada-volumes e banheiro foram disponibilizados para os corredores. Aquecimento com música e instrutores foi feito, como se faz nas corridas.

Tudo parecia perfeito, mas a largada, que seria às 8 h, foi atrasada em uma hora. O sol, cada vez mais forte, começou a preocupar parte dos corredores que acabaram largando por contra própria, ás 8 h 45 min. Eu fui atrás dessa turma - mesmo sem conhecer o percurso de 19 km em estrada de barro.

Na manhã do feriado de Tiradentes, as ruas de Queimados estavam vazias. Poucas lojas abriram para tentar vender alguma coisa, nesses dias de economia aos frangalhos. O transito fraco permitiu que corrêssemos sem auxílio dos batedores, que ainda não haviam largado. Logo saímos do asfalto e adentramos nos caminhos de barro que levam à Jaceruba. Quilômetro após quilômetro, o sol foi ficando mais forte. Aos poucos a paisagem foi sendo pintada de verde e pedaços de sombra aliviavam o calor.


Grupo de corredores vem de trás e passa batido em meio ao trajeto - Bira, 21-04-2016

As casas que beiravam a estrada deram vez a sítios, com plantações de aipim e milho. Sítios que tinham cavalos, cachorros e patos no lago. Ao longe, montanhas cobertas pela mata atlântica refletiam beleza em nossas retinas. Um vento moderado fazia carinho na mata e se atirava sobre nós, que corríamos, amenizando os efeitos do sol. Mas o sol não era um simples vilão: era ele quem emprestava seu brilho ao belo cenário.

Volta e meia um carro passava levantando o barro da estrada. Nossa sorte é que poucos carros passavam ali. Por causa disso, alguns moradores de beira-estrada molhavam as ruas para conter a poeira. Deparar com uma borracha d'água, no meio do duro trajeto, foi uma bênção para nós!


Claudinha Figueiredo se delicia sob o jato d'água de um morador que molhava a estrada - Bira, 21-04-2016.

A estrada de barro continuou serpenteando seu trajeto, feito um rio no vale. O barro da estrada continuou se espalhando e cobrindo as cores das flores que brotam nas margens. Flores que beiram estradas de barro são como crianças carentes, que tem a beleza encoberta pelo sofrimento. Correndo pela estrada, ao lado das flores que sofrem, o sofrimento dos corredores era apenas físico. Um sofrimento plenamente compensado pelo deleitamento da alma, pelo prazer de correr ao lado de amigos e ouvir suas histórias.


Os veteraníssimos Chico Águia e Raimundo da Sul Carioca - Um dos momentos mais belos do treinão. Bira, 21-04-2016. 

Em Jaceruba um rio cortou a estrada e era preciso atravessar uma robusta ponte de ferro. Percebi que a ponte tem a mesma cor do barro. O barro, que cobria as plantas na estrada, já havia coberto os meus tênis, tingido minhas meias e ameaçava subir pelas pernas... Então lembrei da frase que diz: "Do barro viestes, ao barro voltarás". Daí, delirei: "Estaria eu, voltando ao barro??" Não, não é nada disso... Eu só estava treinando com amigos, nos caminhos de Queimados e Jaceruba, em mais um treinão inesquecível.


Picup passa lotada de crianças, rumo à cachoeira de Jaceruba - Bira, 21-04-2016. 

Abraços!
Bira.

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