Da Série: Histórias Que Eu Não Contei - Uphill Serra do Rio do Rastro Marathon (parte 1 de 2).
INTRODUÇÃO:
Em 2019, eu já estava meio desiludido de postar algo no blog e algumas aventuras ficaram sem registro.
Agora, aprendi a não ter expectativas e optei por textos curtos de Whatsapp, para um público muito menor: aos 63, primo por manter músculos e mente se movendo, nada mais!
Rio do Rastro: Quando Corri na Serra Mais Bela do Brasil!
Quando eu danei de treinar sozinho, correndo quatro vezes por semana da Rua Alice até o Alto do Sumaré, havia um justo motivo: Eu fora agraciado para participar da famosa Uphill Marathon Rio do Rastro!
A prova larga em Trevizo e finaliza em Bom Jardim, no alto da serra mais bela do Brasil. Era o meu sonho de corredor prestes a realizar! Uma corrida dura com pontos de corte dos atletas mais lentos, pois a serra não perdoa quem não chega bem, após o km 30.
Sozinho treinei, sozinho desembarquei em Navegantes para dividir um Blá-blá Car com três desconhecidos, até Criciúma. Lá, havia uma carona para Trevizo me aguardando. Tive a sorte de me hospedar em um sítio, onde um casal de corredores também se hospedou e todos fomos muito bem tratados. Na véspera do evento, aproveitei para trilhar os caminhos em meio as matas e banhar o rosto nas corredeiras de água cristalina. Lembro de ser agraciado com um sorriso de bom dia, estampado na face rosada de uma senhora camponesa que alimentava seus porcos em um quintal ornado por canteiros de blócolis e couve-flor.
À tarde, fui convidado a tomar café em uma cabana, na vastidão de um parque eólico situado em uma chapada desértica, em Bom Jardim - a mesma cidade que abriga a chegada da maratona. (continua na parte 2 de 2) #
TREINOS DO DIA:
26,33 km de corrida.
Ritmo: 6:43 / km
Tempo: 2:56:42 h
Até a parte LXXXVI
Abraços!
Bira.
Adquira o meu e-book "Eu Faço O Meu Tempo", por apenas R$ 16,28 no Kindle, clicando no link:
Último dia em Saquarema. Corri até a igreja para colher imagens da cidade banhada de azul.
Às onze da manhã, de Cinzas, a paróquia branca entoava cantigas de paz no topo da colina.
O mar da praia de Itaúna, no entanto, não fora convertido pelas preces e vomitava ondas violentas nas areias da Capital do Surf.
O Carnaval havia passado por ali também, mas eu ignorei. Paralelo a folia imprimi meus treinos sem olhar para os foliões ao lado, sequer para a tela da TV! #
TREINOS DO DIA:
6,22 km de corrida.
Ritmo: 5:49 / km.
Tempo: 36:14 min
Até a parte LXXXV
Abraços!
Bira.
Adquira o meu e-book "Eu Faço O Meu Tempo", por apenas R$ 16,28 no Kindle, clicando no link:
Penúltimo dia em Saquarema sob forte calor e diante de um mar violento.
Quem optou por ir à praia, como eu, teve que levar baldinho para poder se molhar. Teve também que ignorar algumas ondas que traziam espuma das algas - algo natural, mas que pode assustar.
Resolvi correr descalço, vestido apenas de short de praia e protetor solar. Fui e voltei, de Barra Nova a Jaconé, por pouco mais se 6km.
Não era hora de tentar estender minha corrida, feito bebedor que não pára de tomar saideira até o fechameto do bar. Contumazes, como eu, têm que por óculos para enxergar seus limites e usufruir de seus prazeres sem romper as fronteiras do pecado. #
*TREINOS DO DIA:*
6,44 km de Trote na Areia.
Ritmo: 8:33 / km.
Tempo: 55 min
Até a parte LXXXIV
Abraços!
Bira.
Adquira o meu e-book *"Eu Faço O Meu Tempo"*, por apenas R$ 16,28 no Kindle, clicando no link:
Continuo em Saquarema aproveitando o Carnaval para mostrar a região pelos angulos de quem corre!
Hoje, margeei a lagoa, atravessei o Centro e afundei os tênis nas areias de Itaúna... Só não prossegui até Araruama, por que não estava previsto, mas ficou registrada essa promessa! #
TREINOS DO DIA:
22, 51 km de Corrida (de Saquarema (Barra Nova - Itaúna).
Ritmo: XX / km.
Tempo: xxxx
Até a parte LXXXIII
Abraços!
Bira.
Adquira o meu e-book *"Eu Faço O Meu Tempo"*, por apenas R$ 16,28 no Kindle, clicando no link:
Estou em Saquarema para passar o Carnaval no Bloco do Eu (Corro) Sozinho!
Meu desfile não tem alegorias físicas, apenas as imaginárias que já povoam a minha mente por todo ano. Meu público não me olha, pois nas areias das praias têm atrações muito melhores. Meu quesito é o Esquesito: pois a maioria das pessoas estranham esse meu comportamento. Não sambo: troto. Quando surjo gingando é para desviar de algum buraco ou tomei um tropeção! Meu batuque é o contato dos tênis no asfalto e o atrito com as folhas, no mato, patodiando os chocalhos.
Se meu samba atravessa quando eu paro para atravessar a rua, no sinal, não tenho jurados retirando meu pontos e prossigo para tirar mais um 10!... Nota Deeeeezz! #
TREINOS DO DIA:
21, 11 km de Corrida (de Saquarema até Maricá).
Ritmo: XX / km.
Tempo: xxxx
Até a parte LXXXII
Abraços!
Bira.
Adquira o meu e-book "Eu Faço O Meu Tempo", por apenas R$ 16,28 no Kindle, clicando no link:
Lá estava eu, correndo de novo nas ruas do bairro onde cresci. Revivendo passagens da infância, *iniciei um incrível diálogo com meu Velho Bairro*, acredite: Meu Bairro também sentia saudade dos tempos passados, e desabafou isso comigo!
PerCORRENDO Meu Velho Bairro é muito mais que um relato de corrida e também invadirá as memórias do leitor, Confira!
[DETALHE: o vídeo é 80% feito através de aplicativos instalados no celular. O locutor (eu) está tentando corrigir seus vícios de dicção, mas estamos progredindo!]
Se quiser ler o texto original, segue abaixo:
"PerCORRENDO Meu VelhoBairro"
"Era cedo, quando eu saí para correr e conversar com o meu Velho Bairro. Enquanto estou treinando, não me canso de ouvir suas histórias contadas assim:
"-- Olhe bem para essa rua em que você está correndo, meu garoto... Outrora, havia um lindo pomar aqui. Até que os homens derrubaram as árvores, fincaram postes e construíram casas. Foi quando muita gente desceu do trem e entrou nas casas pra se amar e sonhar, nas noites estreladas.
"Meu Velho Bairro me chama de "garoto" ignorando minha idade. Faz com que eu me sinta trinta anos mais jovem ao correr em suas ruas, e continua:
"-- Não corra tão rápido!... Diminua um pouco a passada e perceba: Ali onde está o shopping, antes tinha uma fábrica. Antes da fábrica tinha uma lagoa com borboletas, flores e sapos. Agora as borboletas e as flores são de plásticos e enfeitam as vitrines do shopping. Os sapos são de resina e podem se encontrados nas lojas de produtos esotéricos...
"Continuei o meu treino. Passei pela estação do metrô, que antes foi estação de trem, que antes foi estação de bonde, onde antes deviam ferrar os cavalos. Perto dali uma igreja evangélica que já foi cinema, que foi parar no shopping para onde todos estão indo... Essa gente de hoje se destranca de casa e se mete num shopping!... Meu Velho Bairro é generoso, ficou calado deixando eu pensar, mas depois falou:
"-- Se liga garoto!... Lembra do parque de diversão e do circo que sempre acampava naquele imenso terreno que agora é hipermercado? Lembra que ali tinha uma mangueira imensa?... Você era criança e chupava mangas no galho mais alto. À noite voltava para caçar rã no brejo e as sanguessugas caçavam você e aquele bando de moleques, seus amigos... Lembra que os portugueses cuidavam de hectares e hectares de hortas no bairro? Os portugueses se foram, as couves morreram e no canteiros brotaram os primeiros prédios. Não eram prédios tão altos quanto os de hoje, nem tão apertados.
"A essa altura eu apenas trotava rente ao meio-fio de uma área comercial. Quando surgia um veículo, vindo em minha direção, eu pulava para a calçada. Mas a calçada também estava cheia de carro e eu quase parava. Prontamente voltava para o asfalto onde não tinha camelôs ou sacos de lixo. Mas logo saí dali, entrando em ruas mais calmas. Eu precisava correr na grama ou em terra batida para aliviar meus joelhos, mas meu Velho Bairro não tinha mais isso, e se desculpou:
"-- Sinto muito, garoto!... Todo o chão que eu tinha foi encapado, até os quintais das casas. As famílias não param de ter filhos, nem de construir meias-águas nos quintais. As árvores que não foram cortadas estão aprisionadas nos canteiros. Suas raízes tentam romper o cimentado mas é em vão. Porém não quero ficar aqui chorando, prefiro dizer que sou um bairro moderno. Se o espaço físico é cada vez menor, o virtual agrega o mundo no meu WiFi.
"Segui correndo e estupefato pelo discurso do meu Velho Bairro e quase tropecei. E ele continuou:
"-- Então corra, meu garoto!... Aproveite o espaço e toda a vida que lhe resta! Espalhe essa felicidade que você tem pelo meu chão de asfalto e pedra!
"Nessa hora eu sorri de orelha a orelha. Atravessei assim o sinal onde as pessoas assustadas viam apenas a mim, rindo sozinho. Meu Velho Bairro, que conversava e corria comigo, era visto só por mim..." #
TREINOS DO DIA:
1:30h de Musculação na Academia Race
Corrida: OFF
Até a parte LXXXI
Abraços!
Bira.
Adquira o meu e-book "Eu Faço O Meu Tempo", por apenas R$ 16,28 no Kindle, clicando no link abaixo:
"O sol de meio dia derrama labaredas de luz sobre mim, que saí atrasado para correr. É domingo nas ruas da Penha, mas o calor aprisionou as pessoas em casa. Poucos carros competem comigo, no asfalto, e eu até posso me afastar um pouco mais do meio-fio. Minha imagem de corredor aleatório percorre as vitrines. Sigo, em forma de reflexo, de loja em loja. Percorro os blindexes das estações do BRT. Subo o viaduto da Lobo Junior. Vislumbro a igreja da Penha, lá no alto, e um avião que vai pousar no Santos Dumont. Ao meu lado o hospital Getúlio Vargas lança um olhar amarelado e eu agradeço aos céus esse momento... Estou vivo, com saúde, e posso correr até Copacabana.
"Continuo meu trajeto passando em frente ao antigo Curtume Carioca. Meu couro expele uma salmoura de suor e protetor solar, que desce pela testa e invade os olhos. Tento secar o rosto com a camiseta, sem muito sucesso, e continuo... Subo rua, desço rua, faço curvas e deparo com o Campo do Olaria. O clube que já-teve-seus-dias-de-glória no campeonato carioca que também já-teve-seus-dias-de-glória. Lembro do meu vizinho que tinha adesivo do Olaria em sua vemaguete. Lembro do cracaço Afonsinho, dominando o meio campo, de uniforme branco com a tradicional faixa azul cortando o peito. Volto, logo, ao presente e percebo que minha garrafinha de água secou. Uma padaria surge, feito oásis: é hora de me hidratar.
"Minha pulseirinha tecnológica vibra, em Ramos, anunciando que o nono quilometro já foi percorrido. Àquela altura, é possível continuar no "piloto automático", quando eu até esqueço que estou correndo. Só não posso descuidar e tropeçar nas calçadas irregulares da Rua Barreiros. De repente, dou conta de que não vi nenhuma viatura da polícia nas ruas, até ali. Fico preocupado: é época de ameaça de greve dos policiais militares, que não estão recebendo salário... Então penso: "Se o bandido aparecer, já estou correndo, basta acelerar!"
"Uma placa imaginária de 11 km foi fincada na Avenida Brasil, logo na saída da Avenida Paris, em Bonsucesso. Meio dia se aproxima e meu ritmo está pouco acima de 5 min por quilômetro (5X1). Dessa forma margeio a Fundação Oswaldo Cruz e a Refinaria de Manguinhos. É fácil correr naquelas calçadas desertas. Encaro um trecho mais difícil entre Fábrica de Sabão Português e o Cemitério do Caju. Enfurno-me sob o elevado que vem da Ponte e termina na Rodoviária. "A Perimetral foi apagada daqui" - penso, ao parar num boteco e comprar água. Confiro meu ritmo médio: 5:05 min ao longo de 18 km.
"Tudo mudou, ali, na Avenida Rodrigues Alves. Agora, é possível avistar o céu azul no lugar da turva cobertura de concreto, que veio a baixo. Um calçadão de granito escovado margeia a estrada que se aproveita para lagartear ao sol. Escombros de alguns armazéns demolidos, no entanto, ainda não foram recuperados. Mesmo assim, nada faz lembrar a degradação do local, tempos atrás. Passam 1,5 km até a estrada mergulhar no Túnel Rio450. À flor do solo surge o Boulervad Olímpico, o novo cartão postal do Rio. Ali, o antigo Moinho Fluminense se transformou no moderno AquaRio - maior aquário da América do Sul, repleto de crianças. São mais 1,5 km, às margens dos trilhos do VLT, até chegar no Museu do Amanhã. Nesse percurso há turistas desembarcando dos cruzeiros. Eles são recebidos pelo imenso painel Etnias, de Eduardo Kobra, que interpreta a luz do sol em cores vibrantes. Os antigos armazéns reformados promovem eventos, atraindo mais movimento ao local. Uma feira de artesanato e músicos populares também tentam reter as pessoas. Não tenho tempo de observar os detalhes para não perder meu ritmo, e sigo. Quando paro, já estou na Praça XV comprando mais água no mercadinho das barcas Rio - Niterói.
"Entre goles ofegantes consulto meu tempo: média de 5:09 min por km. O peito infla e desinfla mais rápido. Ondas de calor distorcem as imagens no nível do chão. Resolvo que vou monitorar melhor meu ritmo nos próximos quilômetros e penso: "Se o meu ritmo cair, eu aborto a missão". Dito e feito: quando cheguei ao Aeroporto Santos Dumont, despenquei para a média de 5:30 e parei.
"Copacabana ficou me esperando a oito quilômetros dali. Eu, que saí para correr com sunga de praia por baixo da bermuda, não daria um mergulho no mar, desta vez... Paciência... Recobrei o fôlego, caminhei até o metrô, mas não estava nem de longe decepcionado: Semana que vem eu volto pra fazer isso direito!" #
TREINOS DO DIA:
23 km de Corrida na gravação do vídeo;
Ritmo: xxx / km.
Tempo: xxh xxmin xxs.
Até a parte LXXX
Abraços!
Bira.
Adquira o meu e-book *"Eu Faço O Meu Tempo"*, por apenas R$ 16,28 no Kindle, clicando no link:
O post é de 2014, quando eu estava prestes a completar 55 anos de idade (agora estou com 63). Redescobri este curto texto que contém pinceladas de humor. Vale conferir:
"Cinco Ponto Cinco"
"Daqui a um mês eu faço cinquenta e cinco. Não é "cinco ponto cinco", como diz o título, é cinquenta e cinco e ponto!... Melhor, é cinquenta e cinco e pronto!... #Pronto, falei!..."
"Não adianta disfarçar nem fugir dos cinquenta e cinco. Melhor dar uma de homem maduro e consciente, expressar um meio-sorriso sereno - daqueles que provocam marquinhas bondosas de expressão nos cantos da boca e dos olhos. Melhor juntar as mãos feito Dalai Lama e agradecer, dizendo: "Muitos não chegaram até aqui...". Se assim eu fizer, serei um homem maduro e próprio da idade."
"Daqui a um mês eu faço cinquenta e cinco. Não é "cinco ponto cinco", o título foi só para chamar atenção... Foi só para contrariar o manual dessa idade, que recomenda:"
"1- Não chame atenção para si;"
"2- Não chame os filhos à atenção - eles já estão criados;"
"3- Netos, então, jamais chame atenção - papel de avô é mimar ou, como dizem, "estragar"."
"Atenção é poder... Aceite que você os perdeu! Anda, se arruma! Vá ao médico que ele sim, vai te chamar atenção! Encare aquele médico que para te examinar tem que vestir os dedos na luva! Talvez ele seja bonzinho, como os avós, e não lhe dê uma bronca."
"Daqui a um mês eu faço cinquenta e cinco. Não é "cinco ponto cinco", como alguém inventou... Essa gente vive inventando coisas! Já não bastou tirar o trema do "cinqüenta e cinco"?... Eles tiram tudo de nós!... Não bastou que eu perdesse a minha, outrora, farta cabeleira?... Não bastou que eu perdesse a minha visão perfeita?... Agora já nem sei se o trema está de fato ali ou eu é que não estou enxergando direito!... Droga!"
"Daqui a um mês eu faço cinquenta e cinco. Não é "cinco ponto cinco", como alguém inventou... Mas quer saber de uma coisas?... Eu não vou ficar aqui falando sério sobre isso!" #
TREINOS DO DIA:
1h e 30min de musculação na Academia Race;
7,01 km de Corrida na pista da Oliveira Belo;
Ritmo: 5:39 / km.
Tempo: 38min 40s.
Até a parte LXXIX
Abraços!
Bira.
Adquira o meu e-book *"Eu Faço O Meu Tempo"*, por apenas R$ 16,28 no Kindle, clicando no link:
Embora inédita, a postagem a seguir foi baseada em histórias reais, contadas no meu blog, sobre corredores que encontram *brechas de tempo* para seu esporte. Criei dois atos e dois personagens, além de abordar da falta de *espaço*. Confira:
Correndo nas Brechas (de Tempo e de Espaço)
ATO 1: João - Correndo nas Brechas de Tempo
Apesar do sobrepeso, João tinha o sonho de se tornar um bom corredor. Para isso precisava treinar, mas não tinha tempo.
Trabalho e estudo lhe tomavam o dia, das nove às vinte e duas... Mas veja bem: Na verdade, João tinha uma brecha de tempo nos arredores do almoço e poderia criar outra se acordasse antes do sol... Foi o que fez!
Não bastasse este esforço, João começou a expandir seus treinos, sempre que fosse possível, até que os vizinhos praticamente só lhe vissem correndo!...
Quando boatos maldosos proferiram que nosso herói "corria dia e noite e só trabalhava ou estudava nas brechas de tempo", João já havia perdido todo seu sobrepeso e no alto do pódio ganhou o seu primeiro troféu!
Ao erguer seu triunfo, sorrindo, ainda pensou:
"Há pessoas que desperdiçam suas brechas de tempo para lançar boatos e sequer enxergam as cores no rastro de quem passa correndo!"
ATO 2: José - Correndo nas Brechas de Espaço
Enquanto isso, inspirado por João, quem passou pelo bairro correndo foi José. Este, tinha tempo disponível, mas por onde corria faltava espaço.
José queria ser um corredor veloz, mas só dispunha das brechas do canto da rua, entre o trânsito e o meio-fio. Equilibrava as passadas sobre as lombadas formadas pelo deslocamento do asfalto aquecido. Para piorar, tinha que se desviar de bueiros assassinos.
Quando José fugia de um carro na rua em movimento, deparava com outro na calçada estacionado. Calçada onde sacos de lixo, placas e camelôs impediam seu trajeto. Onde o concreto quebrado formavam lombadas e buracos, sem falar das raízes aéreas camufladas pelas sombras das próprias árvores!
Foi quando bueiros vomitaram esgoto pela rua que José desistiu do seu bairro e foi correr em outra freguesia.
Quando novos boatos maldosos proferiram que nosso novo herói "só corria em pistas de atletismo ou lugares nobres", José já se tornara veloz e no alto do pódio ganhou o seu primeiro troféu!
Ao erguer seu triunfo, sorrindo, ainda pensou:
"Feliz mesmo é aquele que descobre brechas de tempo e espaço para poder se dedicar na busca daquilo que deseja!" #
TREINOS DO DIA:
21,100 km de Irajá ao Museu do Amanhã, no Centro;
Ritmo: xxx / km.
Tempo: 2h 10min
Até a parte LXXVIII
Abraços!
Bira.
Confira *toda série* de postagens do Diário de Treinos no Whatsapp no blog birananet.com
O que fazer dentro de um vagão enquanto o metrô não chega ao seu destino, além de assistir vídeos no celular, com fones enterrados nos ouvidos para não ser incomodado?
Naquela manhã de abril, de 2016, eu descobri que era possível abrir o blog e fazer uma postagem, assim:
Pensando em Corrida no Metrô
Essa postagem está sendo feita no metrô. o vagão está quase cheio e um pouco difícil para digitar. Não tenho imagens para postar, apenas no meu pensamento. Estou pensando em Corrida.
Se pudesse fotografar meu pensamento colocaria as imagens aqui. Talvez eu surgisse correndo em uma trilha, no alto de um penhasco onde se pudesse ver o mar. O sol e o vento tocariam em minha pele alternando as sensações de calor e refrigério. O vento também faria carinho no mato que se moveria imitando as ondas do mar.
Em meio à natureza, meus tênis funcionariam como funcionam as camisinhas: protegendo os pés, mas reduzindo o prazer do contato. Talvez passassem alguns urubus no céu superazul. Talvez eu ouvisse as vozes dos animais ocultos na mata. Talvez eu corresse sem sentir cansaço, encarnando a alma dos meus antepassados de milênios...
Gostaria de continuar meu devaneio e correr o pensamento nesse cenário distante, mas chegou a hora de descer do Metrô e sequer revisarei essa postagem feita na tela do celular.
Não estou sobre o penhasco mas na plataforma do Metrô. É possível que alguém esteja me observando e criticando o fato de eu não parar de olhar e teclar no celular. Tudo é possível para quem vê e é observado, sobretudo para quem sonha e se transporta além das estações de um metrô que não tem paisagem...
Esta postagem foi feita no metrô. Não tenho imagens para postar apenas no meu pensamento. Estou pensando em Corrida... Sempre penso. #
TREINOS DO DIA:
1h de musculação na Academia Race;
5,01 km de Corrida na pista da Oliveira Belo;
Ritmo: 4:51 / km.
Tempo: 24min 17s.
Até a parte LXXVII
Abraços!
Bira.
Confira toda série de postagens do Diário de Treinos no Whatsapp no blog birananet.com
Descobri na Internet alguns programas gratuitos para fazer composição com imagens (também gratuitas) e produzir vídeos dark (são videos com narrador oculto e imagens garimpadas na rede).
A tarefa não é fácil, mas eu sou curioso e de tanto tentar obtenho resultados. O mais difícil é encontrar vídeos que coincidam com o texto lido. A maioria desse material é pago (não existe almoço grátis), mas eu consigo sobreviver com sanduíches!
O "sanduíche" de hoje se chama *Rua Turva, Corredor Radiante!*, crônica do meu velho blog que simboliza a *Conversão* (no sentido de mudança de vida/hábitos).
Clique no link abaixo para ver o vídeo (o texto escrito está no final deste post).
https://youtu.be/QaiwLQ1T4yU #
TREINOS DO DIA:
14,03 km de Corrida nos bairros próximos;
Ritmo: 6:09 / km.
Tempo: 1h 26min 12s.
Até a parte LXXVI
Abraços!
Bira.
confira toda série de postagens do Diário de Treinos no Whatsapp no blog: birananet.com
O Texto do vídeo:
Rua Turva, Corredor Radiante!
Quando o tempo fechou, a tempestade caiu e tudo escureceu... Um corredor radiante surgiu!
Quando negros eram os meus olhos e o teto do guarda-chuva, o corredor radiante refletiu sua cor no chão molhado do asfalto. Pouco se podia pensar debaixo daquela chuva. Era urgente buscar um abrigo. As ruas ficaram vazias de gente e de carro.
Quando o sol se escondeu, a rua ficou turva e tudo entristeceu... Um corredor radiante surgiu!
Quando eu pensei: "Deve ser um desocupado ou mais um boa-vida! Se tivesse o que fazer não estaria correndo..." Fui para o bar, desanuviar de mais um dia estressante no trabalho e o corredor sumiu na esquina. Um amigo alto falava alto e do alto de sua boca também chovia. Coisas de bar... Palavrões provocavam risos nas piadas, nas críticas ao governo, provocavam a ira.
Quando a mesma conversa abrangeu futebol e igreja, foi melhor tomar mais um copo de cerveja!
Quando eu pedi outra gelada não percebi que a chuva parou. O céu abriu, mas já era noite e pouca coisa ainda brilhou. Pessoas e carros voltaram a circular entre as sombras. Vira-latas voltaram a disputar as sacolas de lixo no beco escuro.
Quando o bar esvaziou, a surpresa surgiu na figura do corredor radiante que ali entrou!
Quando o corredor pediu água sem gás, ele queria repor o líquido que escapava de sua testa. Quis sorver toda a garrafa em um longo gole, mas interrompeu a ação para respirar. Era visível a energia que fluía de seu corpo. Era visível a alegria que seu olhar distribuía. Antes que o balconista lhe perguntasse, ele respondeu: "Coloquei mais 25 km no saco!". Fiquei admirado, quis saber como, puxei assunto.
Quando o corredor radiante me convidou eu fui, no dia seguinte, e me pus a treinar!
Quando o sol renasceu por detrás das montanhas distante, fui apresentado a um monte de gente radiante. Fui fisgado no mesmo segundo e mergulhei naquele mundo. Primeiro sofri, depois perdurei. E quando me desapeguei de conferir os resultados, já se passaram meses e meses e lá estava eu, correndo no solo molhado...
Quando o tempo fechou, a tempestade caiu e tudo escureceu... Um corredor radiante surgiu, e era EU!