Forcei a barra e participei de mais um grande treinão: Não deu para resistir! |
Fazia tempos que eu não olhava para o céu, sábado à noite, para saber se o tempo seria bom no domingo. Fazia tempos que eu não deixava a roupa de corrida separada, para não perder a hora na manhã seguinte. Para ser mais exato, fazia mais de um ano até que esse momento chegou!
Acordei às cinco, tomei banho e café enquanto o céu clareava. Segui o ritual dos corredores mas eu não iria correr, só iria rever os amigos no Treinão de Confraternização de Erivaldo Zim. Nosso amigo que atravessa momentos difíceis, já descritos em outra postagem deste blog, recebeu cerca de 300 corredores em Campo Grande, Zona Oeste do Rio.
Sobre um gramado na Rua Azhauri Mascarenhas, a 50 metros da Avenida Brasil, foram montadas tendas com mesa de frutas e hidratação suficiente para o grande público. A conversa ficou animada diante de muitos reencontros. Os abraços e poses para fotos só cessaram momentos antes da largada, quando todos fizeram uma oração pelo restabelecimento de Zim, que trata um câncer. Foram recolhidas dezenas de latas de leite em pó para o INCA - Instituto Nacional do Câncer.
>> clique nos botões para curtir e compartilhar esta postagem, no final do texto.
Quando foi dada a largada a animação foi estupenda. Parecia uma pequena corrida, mas era um treino. Não lembro exatamente o momento em que fui tomado pela euforia e decidi correr. Embrenhei-me no meio daqueles que fariam o percurso de 17 km e, sem querer saber se conseguiria ou não, pensei: "Dane-se a minha lesão (fascite plantar)! Agora eu vou correr!" -- e gritei:
-- O Treinão não Acabou!!!
Sim, os grandes treinões não haviam acabado, como disse a amiga Sheila Zanesco ao passar do meu lado, ali mesmo, antes de adentrarmos na Estrada do Pedregoso. Dali para frente, nossos olhos se inundaram de verde. As áreas menos habitadas daquela estrada apresentavam um cenário de interior. Uma casinha mal pintada, uma plantação de quiabo e o relevo encapado pela mata.
Demorou pouco para o sol vencer a nebulosidade e participar do treinão. Tudo ficou mais quente, mas o Zim pensa em tudo e nos socorreu com pontos de hidratação. Ciclistas faziam o staff do treino checando se todos estavam bem. Plaquetas indicativas foram espalhadas no percurso, para que ninguém se perdesse nos caminhos adornados pela mata. Os pisos variavam entre asfalto, cascalho e terra batida. Só não variava a temperatura elevada.
Não me arrependi de ter arriscado cumprir o trajeto, depois de tantos meses parado. Muito pelo contrário: Salvei meu ano! Mesmo tendo que caminhar em alguns trechos de subida, completei todo o percurso e descobri que estou tão vivo quanto os grandes treinões.
Abraço!
Bira.
2 comentários:
Lindo texto, tenho certeza que foi o sentimento de todos.
Lindo texto, tenho certeza que foi o sentimento de todos.
Postar um comentário