Diário de Treinos no Whatsapp - LXVIII
(Rio, domingo, 15.01.23)
Terapia para Corredores Lesionados (continuação) - Parte 2
INTRODUÇÃO 2:
Eu estava muito eufórico em meados dos anos 80 e o motivo foi ter descoberto a Maratona e concluído seus 42km três vezes. Recém casado, 25 anos e suburbano de Irajá, eu não possuía o perfil dos corredores daquela época. No meu bairro, adultos só corriam para jogar futebol ou fugir da chuva.
Corri por conta própria no Rio e em São Paulo, mas logo tive problemas: lesão nos joelhos e cálculos renais. Parei, tentei voltar e parei várias vezes, por vários anos, até me conformar e tristemente desistir.
Só consegui voltar a correr aos 47 e hoje continuo, aos 63. Às vezes tenho lesões, mas não desisto. Espremo elas no meu texto, feito limões; adiciono açúcar, gelo e depois bebo para me rehidratar!
Confira, a seguir a parte 2 do post de dez/ 2015:
"Terapia para Corredores Lesionados" - Parte 2
[continuação do texto anterior]
"Ninguém gosta de falar de lesão, mas isso pode acontecer com qualquer um. Pior ainda se o problema se estende por meses ou mais de um ano, como é o meu caso. Todos os benefícios obtidos com anos de corrida ficam ameaçados. A barriga, antes sequinha e invejada, fica saliente e desperta a atenção de uma amiga dentro do elevador, que diz: "Parou de correr?... Estou percebendo uma mudança no seu 'shape'..." O comentário me deixa meio sem graça e sem tempo de responder adequadamente até que o elevador chegue ao andar de destino. Só me resta emitir um sorriso labial e desviar o assunto para a previsão do tempo - algo muito mais próprio para quem está em um elevador.
"Chato também, é o corredor ter que ficar repetindo que está lesionado toda hora aos amigos que perguntam como estão os treinos. Tem hora que ele não quer tocar nesse assunto. Tem hora que ele quer ignorar que está lesionado, simplesmente para não ressentir do fato. É quando ele entra nas redes sociais e vê todo mundo correndo. É quando ele recebe um monte de convites para um monte de treinos e corridas... Aí, se ele tiver num bom dia, dirá para si mesmo: "Tenha calma, tudo vai passar!..." Mas se o dia for ruim, a vitimização é certa: "Por que isso aconteceu logo comigo?!"
"À medida que o tempo vai passando e a lesão não se desfaz, o corredor pode perder a auto-estima, isolar-se dos amigos ou ficar deprimido. Por sorte, a maioria dos corredores têm vida regrada, então não acredito que possam recorrer ao excesso de álcool ou drogas ilegais - a não ser que tenham utilizado a corrida para livrar-se delas, anteriormente. Mas esses seriam casos extremos e pontuais...
"Por experiência própria, eu constatei um aumento gradual de irritabilidade e perda de humor. A impaciência de esperar por uma cura que nunca chega e a promessa de por em prática um Plano B, nunca concretizada, pois tudo que se deseja é voltar a correr e não simplesmente substituir a corrida.
"Foi pensando nisso tudo que eu liguei para um amigo psicólogo e expus o fato. Falei da quantidade cada vez maior de corredores de rua em nosso país e da necessidade, a meu ver, de se criar grupos de terapia para corredores lesionados. Coordenadas por profissionais como ele, o grupo corredores lesionados seria conduzido a partilhar de suas dificuldades e na busca do equilíbrio emocional, nesses momentos difíceis." #
Continua na parte 3, com o surgimento do *Grupo de Apoio aos Lesionados*, aguarde!
TREINOS DO DIA:
1h e 30min de musculação na Academia Race;
8km de corrida na Vila da Penha;
Ritmo 5:12 /km
Tempo: 41:42 min.
Até a parte LXIX
Abraços!
Bira.
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